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1. De acordo com uma diretiva europeia a Assembleia da República prepara-se para aprovar em breve uma legislação mais restritiva quanto ao uso e porte de arma por particulares. Razão para os deputados estarem a receber emails de quem discorda dessa medida de elementar higiene civilizacional, porventura por ver mais distante o dia em que a Europa imite os Estados Unidos na possibilidade de cada cidadão ter acesso a grandes quantidades de armas e filiarem-se numa organização similar à National Rifle Organization.
Olhando para o quanto esses valores influíram no sucesso da eleição de Trump - como outrora tinham contribuído para as vitórias de Reagan ou dos Bush - os europeus bem se podem precaver de darem às direitas extremas ainda melhores trunfos para se imporem politicamente numa altura em que já se veem tão representadas à frente de alguns governos do continente.
2. No mínimo vêm sendo caricatas as cenas a que os novos partidos das direitas nos têm proporcionado nestes últimos dias. Após a formalização da rutura com o PSD, Santana Lopes está a transformar em farsa a continuidade do seu percurso político, anteriormente marcado pela tragicomédia.
Agora é a Iniciativa Liberal, que perdeu o efémero presidente, porque este decidiu não pactuar com a ductilidade dos seus parceiros em servirem-se da barriga de aluguer que foi uma página de facebook de apoio a António Costa («Capacitar Portugal») para encontrarem um universo de leitores mais alargado para os seus dislates.
Eu que em tempos li com interesse algumas das coisas publicadas nessa página de Facebook, há muito dela me dissociei pelo que me vi imune a tal vírus, mas admito que alguns socialistas e outros simpatizantes das esquerdas tenham sido contemplados com a praga.
Mas o episódio serviu para confirmar o já expetável: esta moda de novos partidos ditos liberais mais não constitui do que uma manifestação de oportunismo por uns quantos desempregados da política dispostos a criarem uma moda trendy a ver se conseguem nela satisfazer os seus intentos narcísicos...
3. Apesar de se estar a assistir a uma redução significativa do número de desempregados, traduzido na criação de emprego mesmo para muitos dos que se julgavam definitivamente marginalizados dessa hipótese, existe ao mesmo tempo um aumento dos contemplados com o Rendimento Social de Inserção: eram cerca de 208 mil no ano transato, são 222 mil atualmente. E a razão só pode ser digna de elogio por significar uma atitude proactiva do governo no combate à pobreza extrema.
“Tivemos uma quebra brutal nos beneficiários do RSI, numa altura em que o desemprego aumentou e os rendimentos diminuíram, por causa dos entraves burocráticos criados para fazer diminuir o acesso a esta prestação. Com o fim desses entraves, o sistema está a voltar a cumprir aquela que é a sua função de apoio aos mais desfavorecidos”, explica o sociólogo Carlos Farinha Rodrigues.
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