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O alerta chega das Nações Unidas: milhares de crianças Rohingya que estão refugiadas em campos no Bangladeche, sem um acesso adequado à educação, poderão transformar-se numa "geração perdida".
O aviso surge quando se cumpre, este sábado, um ano do início da repressão do Exército do Myanmar sobre a minoria muçulmana, que obrigou mais de 700.000 pessoas a fugirem do país.
Refugiada no Bangladeche, Rashida Begum dá voz às preocupações da sua comunidade:
"Cheguei aqui há um ano e o meu filho nasceu quatro meses depois. Hoje tem oito meses e estou muito preocupada com o futuro. Terá acesso a educação? Se formos reenviados para o Myanmar, o que acontecerá? Temos medo. Não há educação aqui, nem esperança de educação lá."
Fortemente criticado pela gestão da crise, o governo da líder birmanesa Aung San Suu Kyi concluiu em janeiro com Daca um acordo de repatriamento mas, oito meses depois, o texto está em ponto morto e apenas 200 Rohingya foram reenviados para o Myanmar.
Knut Ostby é o coordenador residente da ONU para o Myanmar:
"O mais importante que precisa de acontecer, é que as pessoas precisam de ter segurança quando regressarem. Precisam de ter liberdade de movimento e um acesso claro e previsível à cidadania, para os que forem elegíveis. Basicamente, precisam de poder existir na sociedade como pessoas normais quando regressarem."
Enquanto esperam, a situação é cada vez mais difícil nos campos de refugiados: segundo a ONU, do apelo a mil milhões de dólares em assistência feito em março, apenas foi recolhido um terço da soma.
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