O governo alemão condenou a agressiva reação de militantes da extrema-direita após o assassinato à facada, sábado à noite, de um homem na cidade de Chemnitz, no leste do país.
Dois homens, um iraquiano de 21 anos e outro sírio de 22, foram detidos sob suspeita de envolvimento no confronto mortal, que teria começado após uma altercação verbal e acabou com a morte de um cidadão alemão de 35 anos e dois outros feridos, com 33 e 38.
No domingo, uma manifestação com cerca de 800 pessoas encheu as ruas de Chemnitz, em protesto contra a política de asilo de mibrantes de Angela Merkel.
Grupos de "skin heads" perseguiram e agrediram estrangeiros. Alguns dos casos de violência foram registados em vídeos amadores, que circularam pelas redes sociais e chegaram a ser difundidos por canais de televisão alemães.
Já esta segunda-feira, com novas manifestações antimigrantes previstas, o governo alemão avisou: "O que pudemos ver no domingo em Chemnitz e o que foi registado em vídeos amadores, não tem lugar no nosso Estado constitucional."
"Não vamos tolerar este tipo de confrontos, a perseguição de pessoas de aparência diferente ou diferentes origens nem tentativas de propagar o ódio pelas ruas", acrescentou o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
A presidente da Câmara de Chemnitz também veio a público deixar um aviso a quem procura fazer justiça pelas próprias mãos.
"Nem toda a gente andou a perseguir pessoas pela cidade, mas quem o fizer está a agir fora da lei. Não há motivos nem desculpas para tais comportamentos", afirmou Barbara Ludwig.
Esta segunda-feira, com as autoridades em alerta, novas manifestações da extrema-direita voltaram a encher as ruas de Chemnitz com cartazes antimigrantes.
A tensão é grande. Ainda mais depois de o deputado Markus Frohnmaier, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ter apelado aos cidadãos, domingo à noite pelo Twitter, para assumirem a justiça pelas próprias mãos contra a alegada migração assassina.
O apelo tomou tais proporções que o AfD marcou uma conferência de imprensa para esta segunda-feira e demarcou-se das palavras de Frohnmaier, alegando que deve ser agora o deputado a decidir por ele mesmo o que deve fazer.
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