Faz hoje 50 anos que uma cadeira mudou o rumo da História de Portugal.
Do terraço onde estou neste momento não a vejo, mas vislumbro o forte de Santo António do Estoril onde o episódio se passou.
Pelas 9 horas da manhã do primeiro dia de Agosto de 1968, Salazar entrava numa sala do Forte. Poucos minutos depois, ao sentar-se numa cadeira de realizador, para que o calista lhe tratasse os calos, falhou o alvo e caiu desamparado no chão. Exigiu ao calista silêncio absoluto sobre o que se passara naquela manhã e desvalorizou o incidente no seu círculo mais próximo. Incluindo o médico assistente, prof Eduardo Coelho.
O País só ficou a saber do episódio em 7 de setembro, um dia depois de Salazar ter sido operado a um hematoma provocado pela queda. Nunca mais recuperaria. Vinte dias depois, a 27, Américo Thomaz foi "autorizado" a anunciar ao país que nomeara Marcello Caetano para " ajudar o senhor Presidente do Conselho durante a convalescença de Salazar". E com esse estatuto ficaria até 27 de Julho de 1970, dia da morte do ditador.
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