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segunda-feira, 25 de junho de 2018

JOÃO PIMENTA LOPES (PCP) NO NAVIO LIFELINE COM OS REFUGIADOS

É urgente uma ordem de autorização de desembarque em ponto seguro, seja se Itália seja de Malta. Estes 234 refugiados (mais 100 do Alexander Maersk) não podem esperar mais ou ser sujeitos à violência de um mar agitado que se espera a partir de 3a feira. Cumpra-se o direito internacional, o resgate de seres humanos em águas internacionais exige o desembarque no Porto de abrigo mais próximo. Acabem-se com jogos do empurra, no qual a UE tem responsabilidades, e permitam JÁ o desembarque destes seres humanos, pessoas como nós.









00:30 no Lifeline. 25 milhas da Costa maltesa e do Porto mais seguro.
Os que podem e conseguem dormem, encostados uns aos outros, 234 pessoas, refugiados, aglom
erados, colados uns aos outros, embrulhados em cobertores, ocupando todo o espaço superficial útil da embarcação. O seu único crime, procurarem uma vida melhor, fugirem da miséria, da fome, da perseguição, da guerra.
Pude falar com sudaneses, nigerianos, somalis, costa marfinenses, serraleonenses, do chad, entre outros países. Todos em comum trazem muitos mais anos no rosto que a idade que têm, a violencia de meses ou anos desde que saíram de suas casas, a brutalidade da opressora da Líbia, onde são negociados como escravos enquanto a UE celebra acordos criminosos com o governo líbio para a retenção de refugiados em campos de concentração, ou que promove a repulsão em águas marítimas, prática ilegal no direito internacional. O direito marítimo está posto em causa quando pessoas em risco, sobrelotando embarcações de borracha com 120 pessoas e motores que não garantem nem um terço da travessia, à deriva, lhes é negado o direito a socorro e salvamento e a garantia de desembarque no Porto mais próximo.
E apesar de tudo no lugar de revolta sorriem e agradecem a atenção, a paz que encontraram nesta embarcação, negada para dias futuros, ou às refeições, 500 por dia, confeccionadas num espaço minúsculo.
Não percebem porque não os ajudam e pedem que ponham termo a este suplício.
Homens sobretudo, muito jovens, 77 menores de idade, 14 mulheres e 4 crianças, 2 abaixo se dois anos que há 4 dias estão encerradas nesta embarcação enquanto Itália e Malta lhes negam abrigo.
Do tempo tem determinado águas calmas.
Mas essa previsão mudará já a partir de terça feira para vagas de metro e meio. Viram os enjoo, os vómitos, virá a desidratação e uma situação crítica de saúde. Será preciso chegar ao limite para haver uma resposta das autoridades?
Não pode ser!! Acção exige - se já!


@pcp.pt

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