A Moura Encantada de Salir não apareceu, o poeta António Aleixo não disse nenhuma quadra, mas os encantos de Loulé não deixaram de estar em destaque. Um grupo de jornalistas e agentes de viagens participou esta quinta-feira, 19 de Abril, em mais uma fam trip (viagem de familiarização), onde o passado e o futuro do maior concelho do Algarve se deram a conhecer, no âmbito do projeto “Loulé Criativo”.
O dia começou na Câmara de Loulé, bem no centro da cidade, onde a comitiva foi recebida por Pedro Pimpão, vice-presidente da autarquia, e Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), entidade que promoveu a iniciativa, na qual o Sul Informação participou.
E se a premissa destas fam trips é “Redescobrir os Segredos do Algarve”, foi isso que aconteceu durante toda a manhã.
Depois de visitar o Mercado Municipal, ex-líbris da cidade e onde havia muitos turistas encantados com os produtos algarvios, e a escultura representando António Aleixo, sentado à entrada do café Calcinha, o grupo teve oportunidade de conhecer alguns projetos do “Loulé Criativo”.
Na Casa da Empreita, no Centro Histórico de Loulé, trabalha a dona Margarida Cortez, de 71 anos. O objetivo daquele espaço é recuperar um ofício tão tradicional do concelho.
Enquanto ia trabalhando a palma, comentava a dona Margarida: «isto é uma distração que temos e não deixamos assim cair a tradição». Com a septuagenária, estão, de momento, seis pessoas a aprender a arte da empreita.
Dali até à oficina de caldeireiros, na rua da Barbacã, é um passo. Esta é também uma profissão com grande história no concelho de Loulé. O mestre Analide Carmo é quem está aos comandos desta oficina, que recebe muitas visitas de estrangeiros interessados em ver (e em perceber!) como se faz uma típica cataplana algarvia. E ali, recorde-se, até já se fez uma cataplana gigante, para um hotel…
Antes do almoço, também se visitou o pólo museológico dos Frutos Secos, bem como o Museu de Loulé, que está desfalcado devido à cedência de peças para a exposição “Loulé: Territórios. Memórias. Identidades”, patente no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.
Depois de um repasto na Tasquinha do Lagar, em Querença, com ensopado de borrego na ementa, a parte da tarde foi passada no interior do concelho de Loulé. Em Salir, visitou-se o pólo museológico daquela vila e ouviu-se falar da Lenda da Moura Encantada, que, diz-se, ainda aparece em dias mais agrestes…
A longa jornada continuou com uma visita à Quinta da Tôr, nascida em 2013 e cuja produção de vinho é de perto de 100 mil garrafas por ano. Os projetos passam por aumentar mais a adega, já num futuro próximo.
No final, provou-se o vinho e fez-se um brinde a Loulé.
Fotos: Fabiana Saboya | Sul Informação
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