Em comunicado, o PCP presta “a sua solidariedade aos comunistas, aos trabalhadores e aos povos de Espanha, confiante de que pela sua luta conquistarão o caminho que dê uma efetiva resposta às suas necessidades, interesses e legítimas aspirações a uma vida melhor, nas condições específicas da realidade política de Espanha”.
Na nota, os comunistas salientaram que “os resultados das eleições [de domingo] em Espanha confirmam a penalização dos partidos que ao longo dos anos têm governado o país, em particular o PP, que registou uma perda de 11 pontos percentuais e mais de três milhões de votos, face aos resultados obtidos nas eleições de 2011, na base das quais ainda está no Governo”.
O PCP destacou também que o PSOE registou igualmente uma perda de seis pontos percentuais e menos um milhão e seiscentos mil votos, face àquelas eleições.
“Os resultados destes partidos, apesar de não se terem agravado face às eleições de dezembro de 2015 (...), traduzem uma tendência de fundo que revela a penalização dos que, com a União Europeia, têm sido responsáveis por uma política que, ao serviço dos grupos económicos e financeiros, tem atacado direitos laborais e sociais (…), promovido o empobrecimento de amplas camadas da população, agredido liberdades e direitos políticos”, sublinha o partido.
O PCP destaca que a coligação eleitoral Unidos Podemos e outras coligações eleitorais promovidas pela Esquerda Unida, e outras forças políticas em diferentes regiões de Espanha, obteve 21% dos votos, com uma redução da sua votação e a manutenção do número de deputados.
O Partido Popular, de Mariano Rajoy, foi o mais votado nas eleições de domingo, com 137 deputados, mais 14 que nas legislativas de dezembro, mas longe dos 176 mandatos que dão a maioria absoluta no congresso espanhol.
No discurso de vitória, Mariano Rajoy reclamou o “direito a governar”.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de Pedro Sanchez, ficou em segundo lugar, com 85 lugares, enquanto a aliança de esquerda Unidos Podemos, que as sondagens colocavam em segundo lugar, ficou em terceiro e elegeu 71 deputados, enquanto o partido de centro-direita Ciudadanos conseguiu 32 assentos.
Apenas uma coligação do PP com o PSOE conseguirá reunir os lugares suficientes para que Espanha possa ter um governo de maioria, na sequência das eleições de domingo.
Tal como nas eleições de 20 de dezembro de 2015, os partidos estão obrigados a fazer acordos para conseguir avançar para a investidura de um presidente do Governo e, à exceção de um hipotético acordo PP-PSOE, são necessárias pelo menos três forças políticas para tal.


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