Despesas de saúde das famílias aumentou devido ao aumento das despesas em hospitais privados e de vendas de bens médicos
A despesa das famílias com a saúde aumentou 2,7% em 2014, devido principalmente ao aumento de gastos com privados, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que estima que esta despesa tenha aumentado 2,4% em 2015.
Os dados da Conta Satélite da Saúde do INE hoje divulgados revelam que "em 2014, a despesa corrente das famílias cresceu 2,7% devido, principalmente, ao aumento da despesa em hospitais privados (10,3%), em outras vendas de bens médicos (7,1%) e em prestadores privados de cuidados em ambulatório (2,1%)".
"Em 2013 e 2014, em média, 89,6% da despesa corrente em saúde das famílias centrou-se no financiamento em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório, em farmácias, em hospitais privados e em todas as outras vendas de bens médicos", especifica o INE.
Em 2014, e face ao período de 2000 a 2003, destacou-se o aumento do peso relativo da despesa em hospitais privados (mais 7 pontos percentuais) e em prestadores privados de cuidados em ambulatório (mais 5,7 pontos percentuais).
Em sentido inverso, observou-se uma diminuição do peso da despesa das famílias em farmácias (menos 10,7 pontos percentuais).
No âmbito dos prestadores de cuidados de saúde, em 2013 e 2014, ao nível dos principais prestadores, registou-se a diminuição da importância relativa da despesa em hospitais públicos (32,0% em 2013 e 31,3% em 2014) e em farmácias (15,5% em 2013 e 15,3% em 2014).
Por outro lado, registou-se um aumento do peso da despesa em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (19,4% em 2013 e 19,5% em 2014), em hospitais privados (10,2% em 2013 e 10,7% em 2014), em prestadores privados de cuidados auxiliares (4,2% em 2013 e 4,3% em 2014) e em todas as outras vendas de bens médicos (4,1% em 2013 e 4,2% em 2014).
Os dados da Conta Satélite da Saúde do INE indicam ainda que globalmente a despesa corrente em saúde aumentou 2% em 2015, sendo que o peso deste crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) foi o mais baixo desde 2003, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
Os dados da Conta Satélite da Saúde do INE mostram que a despesa corrente em saúde aumentou 2% no ano passado, ainda assim, uma taxa de crescimento inferior à do PIB (3,4%).
No entanto, o peso relativo da despesa corrente em saúde no PIB continua a diminuir, representando 8,9% em 2015, o valor mais baixo desde 2003.
O INE revela ainda que já em 2014 se tinha verificado um aumento da despesa corrente em saúde de 0,7%, invertendo a tendência de decréscimo que se registava desde 2011.
"Em 2013, a despesa corrente em saúde diminuiu 1,7%, atingindo 15.476,7 milhões de euros, correspondendo a 9,1% do PIB e a 1.479,99 euros per capita", indica o INE.
A partir desse ano, a despesa corrente em saúde inverteu a tendência de decréscimo que se registava desde 2011, tendo aumentado 0,7% em 2014, fixando-se em 15.582,7 milhões de euros (9% do PIB e 1.498,18 euros por pessoa).
O aumento de 2% da despesa corrente em saúde verificado em 2015, traduz-se num total de 15.887,7 milhões de euros (8,9% do PIB e 1.533,85 euros por pessoa).
"Em 2014 e 2015, a importância relativa da despesa corrente pública face à despesa privada voltou a baixar (66,2% em 2014 e 66% em 2015)", acrescenta o INE.
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