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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Não sendo uma "declaração de guerra", merece uma resposta à altura


No discurso de encerramento da Convenção do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins cometeu um excesso de linguagem para transmitir a mensagem certa.

A recém-eleita coordenadora do BE afirmou que uma eventual decisão da Comissão Europeia de propôr sanções a Portugal seria uma "declaração de guerra". Bem sei que Portugal é um dos poucos países da Europa que não viveu a guerra no seu território no último século, pelo que a maioria não tem a menor ideia do que está em causa. Ainda assim, deveríamos todos reservar estas palavras para momentos em que elas façam sentido (ou seja, desejavelmente nunca).

Deslize de linguagem à parte, a mensagem de Catarina Martins deve ser registada. Tudo indica que a Comissão Europeia (CE) está mesmo a ponderar aplicar sanções a Portugal e Espanha. Isto seria simplesmente inadmissível, tendo em conta as responsabilidades das instituições europeias no desenho do "programa de ajustamento" português e no seu falhanço. Como gesto político, só poderia ser interpretado como absurdo ou provocatório, depois do referendo britânico e do que o seu resultado traduz de crítica à UE. E seria de uma cobardia evidente, tendo lugar apenas após as eleições espanholas.

Uma eventual decisão da CE de propôr sanções a Portugal não pode ser interpretada como uma declaração de guerra. Mas pode e deve ser encarada como o derradeiro sinal de que a UE perdeu o norte. E, como gesto profundamente irresponsável e hostil, só pode merecer a reacção mais determinada da população portuguesa.

ladroesdebicicletas.blogspot.pt

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