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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

França responde ao terror doméstico com o “terrorismo de Estado”



Sírios vítimas de ataque terrorista da França

A cidade de Raqqa na Síria, impiedosamente bombardeada pela aviação francesa nos últimos dias em retaliação aos atentados em Paris na última sexta-feira tinha 338.773 habitantes na área metropolitana em 2004. Com a guerra criada pelos EUA e Otan através do Estado Islâmico, a população está reduzida a pouco mais de 100.000 habitantes, mas ainda assim é uma cidade populosa.

Considerada a “capital do Estado Islâmico”, Raqqa foi capturada pelos terroristas financiados por potências ocidentais e monarquias árabes, mas ainda assim resiste, e seus habitantes sofrem muito mais com os bombardeios da França que com a presença de terroristas e mercenários vindos de diversos países - financiados por EUA, Israel, Turquia, França, Inglaterra, Catar e Arábia Saudita.

O presidente Hollande, chamado de “o idiota” pelos opositores, repete a utilização do terrorismo de Estado em Raqqa, como a França fez em suas ex-colônias ao longo dos séculos. As feridas do terrorismo de Estado francês na Argélia, Líbia (onde os aviões franceses foram os primeiros a despejarem bombas na população civil), Iraque e Síria, não cicatrizaram.

Os aviões de guerra franceses voltaram a bombardear Raqqa, no leste da Síria, nesta terça-feira, anunciou o Ministério da Defesa Francês. As informações foram publicadas nesta terça-feira, no jornal Le Monde. Domingo à noite 10 caças franceses lançaram 20 bombas sobre a fortaleza do EI, destruindo um posto de comando e um campo de treinamento, mas também atingindo zonas comerciais e residenciais da cidade, fazendo centenas de vítimas entre homens, mulheres, idosos e crianças.

O último ataque foi realizado esta madrugada (1 h 30 horário da França), e conduzido em coordenação com as forças dos EUA "composto por dez caças Rafale e Mirage, que levantaram voo dos Emirados Árabes Unidos e Jordânia "e jogaram 16 bombas, um ataque de tamanho comparável ao de domingo à noite.

O presidente François Hollande anunciou que a resposta da França seria "implacável" após os ataques de sexta-feira, considerado o mais sangrento já cometido no seu território.
Os governantes da França não aprenderam a lição. Enquanto seguirem praticando o terrorismo de Estado como política de governo, colherão as consequências. Os familiares dos civis assassinados dos bombardeios da aviação francesa um dia vão se vingar, e o povo francês pagará pelos erros de seus governantes.

A Rússia bombardeia alvos militares do Estado Islâmico, com precisão e inteligência, mesmo disparando mísseis há milhares de quilômetros de distância, enquanto a França bombardeia alvos civis e militares, indiscriminadamente, por vingança cega, praticando o pior dos terrorismos: o terrorismo de Estado.

A França está deslocando um porta-aviões nuclear para a Síria para intensificar os bombardeios aos terroristas e às cidades sírias. Quanto maior a força a ser usada pelo Estado francês na Síria e Iraque, maior será a reação do terrorismo em solo francês. Isto é o que a história registra nos últimos tempos. Mas para um país em grave situação econômica, com sérios problemas de refugiados, enfrentando o terrorismo doméstico, a França parece não ter outra saída que fazer mais uma guerra para desviar a atenção da sua população aos reais problemas que afetam o país, e principalmente à incompetência de seus governantes.


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