Ela aceitava que os meus companheiros de mesa não tivessem "facebook", por todas as razões e mais alguma, agora eu, não, isso não podia ser possível.
Como é que eu podia passar sem esta forma, tão mediática, de publicitar os meus trabalhos? Interrogava-se ao ponto de também me deixar surpreendido.
Talvez eu dê uma errada de quem sou de facto. Mas o meu telemóvel só serve mesmo para telefonar, nem sequer me serve de máquina fotográfica, muito menos de "computador".
É mais fácil encontrarem-me no cacilheiro a olhar para o Tejo, a ler um jornal, uma revista ou um livro, que a trocar mensagens no telemóvel.
Talvez esteja a ficar ultrapassado, embora isso me soe a coisa boa.
Pode ser defeito, mas continuo a gostar de olhar para as pessoas, de falar com elas quando são amigáveis, de escutar vozes aqui e ali, de partilhar sorrisos e até cantos abrilentos como os que o João nos presenteou depois do almoço, ao ponto de inventar na nossa mesa um coro desafinado mais feliz.
O óleo é de Davis Park.
largodamemoria.blogspot.pt
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