De repente. chega um mail amigo, tirado de páginas de facebook:
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… e um acordar de lembranças muito oportunas. Ajudado por pesquisa laboriosa e compensadora.
Foi em 1979. Há 36 anos.
Já fora 1974, com o seu (nosso…) 25 de Abril; já fora 1975, com o seu (deles…) 25 de Novembro; já fora 1976, com o seu (nosso e para todos…) 2 de Abril e Constituição; já tinham sido 2 eleições (tanta gente a escolher quem mandatar como seus representantes!).
Havia uma Assembleia da República (a primeira pós-Constituição prometida pelo MFA e cumprida!)
I Legislatura (eleição em 25 de abril de 1976) | |||||||||||||||||||||||||
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Consulte o mapa oficial dos resultados oficiais.
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Entre a eleição dessa primeira legislatura em liberdade e democracia e Junho de 1979 já tinha havido muita coisa, como a que, na AdaR, provocara uma divisão ao meio do PPD/PSD criando um grupo de “independentes” sociais-democratas. O que não alterava a correlação de forças parlamentares: PS com maioria relativa (107 em 253) a apoiar governo, a sua direita com maior número de deputados (115), a sua esquerda… fora do “arco”.
É neste quadro parlamentar que é feita a proposta da criação de umServiço Nacional de Saúde, projecto de autoria do deputado do PS António Arnaud, projecto que, em comissão especializada (como relator o deputado do PCP José Manuel Jara) e em trabalho colectivo, chega a redacção de Lei de Bases e vai a aprovação final global e teve aquele resultado.
Assim se dava corpo político-legislativo a um direito constitucional – o direito à saúde – e a uma das mais belas realizações da sociedade portuguesa pós-25 de Abril.
Mas, também em 1979, entrava-nos em casa (pela primeira vez…) o FMI, os claramente vencidos na votação da Lei de Bases já conspiravam contra o Serviço Nacional de Saúde e começavam a “pescar” apoios nas fileiras de quem a propusera e a aprovara, sem conseguirem impedir a construção de uma realização que foi exemplo e mereceu os maiores encómios.
Mas não é a história do SNS, sua ascensão e permanente ataque, sabotagem e contaminação, que se quer fazer (aqui… e sequer o esboço). O que a lembrança daquele extracto das actas da AdaR que o mail trouxe é a de um exemplo (e enorme na perspectiva dos direitos dos portugueses) que destrói a ideia batida de que a “esquerda” pela primeira vez parece querer chegar a acordo. Sempre chegará a acordo quando (e se) a direcção do PS quiser fazer (as massas, a sua base de apoio eleitoral a obrigarem a fazer) política de esquerda.
Via: anónimo séc. xxi http://ift.tt/1k4rWRV
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