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quarta-feira, 1 de abril de 2015

SÓ AGORA, JOANA????????????? Joana Marques Vidal admite existência de uma rede de corrupção instalada no Estado

SÓ AGORA, JOANA?????????????

Joana Marques Vidal admite existência de uma rede de corrupção instalada no Estado
25/2/2015


Joana Marques Vidal, procuradora-geral da República, admitiu esta terça-feira, em entrevista à RR e ao Público, que existe uma rede que "utiliza o aparelho do Estado para realizar atos ilícitos".



A procuradora-geral da República falou sobre os casos "Marquês" e "Submarinos" e criticou as fugas de informação na Justiça


A procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, admitiu esta terça-feira em entrevista à Renascença e ao Público, que existe “uma rede que utiliza o aparelho do Estado e outro tipo de aparelhos da Administração Pública para realizar atos ilícitos”, muitos na área da “corrupção”.

Desafiada a comentar sobre uma eventual crise de regime, depois de vários casos de corrupção terem sido tornados públicos envolvendo, alegadamente, altos quadros da classe político-económica do país, Joana Marques Vidal começou por dizer que não lhe competia “fazer análises de regime”, mas admitiu que existe uma rede de corrupção instalada no Estado. Mais: a PGR apontou as áreas da “Saúde e da contratação pública” como os terrenos mais férteis onde germinam este tipo de casos.


O “Caso Marquês” dominou também grande parte da entrevista. Joana Marques Vidal aproveitou para afastar a hipótese de o Ministério Público (MP) se sentir de alguma maneira condicionado pelas eleições legislativas que se avizinham. “O MP tem de atuar de acordo com aquilo que a lei prevê. Não há os chamados timings políticos nem os timings para as investigações”. Na prática, explicou a PGR, “se a acusação tiver de coincidir com as eleições” assim acontecerá.

As questões relacionadas com a violação do segredo justiça, não só no caso que envolve o ex-primeiro-ministro, mas também noutros, foram alvo de críticas por parte de Joana Marques Vidal. A PGR garantiu o MP está a tomar medidas para “limitar” e travar as sucessivas fugas, mas admitiu que houve “alguns deslizes” de magistrados e de outros responsáveis que conduziam investigações importantes.

Joana Marques Vidal pronunciou-se ainda sobre o defecho do “Caso dos Submarinos” e deixou críticas à forma como a Justiça se comportou. “O caso dos submarinos é daqueles que dará uma imagem não muito simpática do MP, mas que envoleu também polícia criminal, órgãos de perícia criminal e outras estruturas (…) O MP terá que reconhecer que podia ter tido um desempenho mais adequado“, confessou a PGR.

Agora, o importante é aprender com os erros e tentar não repetir as falhadas cometidas no caso, sublinhou Joana Marques Vidal. “É um caso que devemos analisar com calma. Ver onde houve passos menos correctos e [fazer dele] um case study que nos permita melhorar a nossa capacidade de investigação criminal”.
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