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terça-feira, 28 de abril de 2015

Uma ciência exacta - Há sempre um oportunista à espreita a tentar colar-se ao êxito alheio mesmo quando o que defende o autor do sucesso é completamente diferente daquilo que defende o oportunista que se põe à boleia.

Uma ciência exacta


Há sempre um oportunista à espreita a tentar colar-se ao êxito alheio mesmo quando o que defende o autor do sucesso é completamente diferente daquilo que defende o oportunista que se põe à boleia. Na política também é assim. E António Costa, já o sabíamos pelo menos desde o dia em que os gregos disseram não àquela Europa cuja porta lhe põe o nariz a pingar de medo de levar com um ralhete, é um destes artistas. Como estes números mediáticos só produzem o efeito desejado se forem meticulosamente preparados, ontem foi um dos que teve o cuidado de anunciar previamente que iria encontrar-se com Thomas Piketty. A seguir apareceu ao seu lado a criticar a aposta na austeridade do modelo europeu que notoriamente excede largamente o capital de coragem e de vontade política de que dispõe para lhe responder em sede própria. E a seguir Thomas Piketty deu uma entrevista onde, entre outras ideias, voltou a defender a necessidade de combater o aumento dramático das desigualdades que resulta de lucros que por esse mundo fora vêm crescendo a um ritmo mais de três vezes superior ao da massa salarial, uma reforma fiscal que inverta a sobrecarga crescente de impostos sobre rendimentos do trabalho que vêm aliviando os que mais têm ao invés de sobrecarregá-los e, falando especificamente sobre o caso português, que a dívida portuguesa terá que ser reestruturada mais cedo ou mais tarde. Ora, como sabemos, o PS não quer ouvir falar em reestruturar a dívida, aprovou conjuntamente com o PSD e o CDS uma redução de impostos sobre lucros que beneficia sobretudo as grandes empresas e obriga a sobrecarregar ainda mais os rendimentos do trabalho, sempre esteve contra a tributação de grandes fortunas  e o máximo que está disposto a fazer pela reposição do poder de compra do salário mínimo de miséria que congelou em 2010 é a sua subsidiação com dinheiros que se propõe ir buscar às reformas futuras dos portugueses e a impostos que fazem falta para inverter o desmantelamento de serviços públicos e para financiar o investimento necessário para criar emprego. Embaraço? Nenhum. Se confrontarem António Costa com a contradição, a resposta será uma acusação qualquer disparada para o ar de dedo apontado ao PSD e ao CDS. Há truques que resultam sempre. Até prova em contrário, a alternância é uma ciência exacta.


opaisdoburro.blogspot.pt

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