Pintora Graça Morais salva escola onde andou
A câmara de Vila Flor gastou 90 mil euros a recuperar a escola do Vieiro. A pintora Graça Morais estudou lá em criança e fez força para que o estabelecimento não morresse. Para o bem do povo que é também o dela.
foto EDUARDO PINTO / JN |
Graça Morais foi decisiva na recuperação da escola onde aprendeu as primeiras letras |
Graça Morais lembra-se bem dos tempos de menina em que se punha em bicos de pés para, da janela da escola, espreitar a sua casa, a uma centena de metros. "Dava-me conforto, porque sabia que a minha mãe andava sempre por ali e podia vê-la", recorda. Desembrulha este passado ao correr da satisfação do presente, por ter a velha escola a luzir de nova e disponível para o encontro de novos e velhos.
Fernando Barros, vice-presidente da Câmara de Vila Flor, diz que foram gastos "cerca de 90 mil euros" numa "oportunidade" de reabrir a escola e de dotar a aldeia (onde ainda vivem 160 pessoas) de um espaço onde se possam reunir os seus habitantes. Uma oportunidade intimamente ligada aos constantes pedidos que a pintora Graça Morais fez ao presidente da Câmara, Artur Pimentel, para que o projeto se tornasse realidade.
Felizes lembranças
É a mostrar a sala onde estudou dois anos e que agora passa a ter o seu nome que Graça Morais desfia as "felizes lembranças" que o espaço lhe traz, nomeadamente o "conforto" de poder ir buscar a merenda a casa durante o recreio. "Gostava que fosse uma sensação que muitas crianças tivessem ainda hoje, mas com a sua concentração em centros escolares, longe das aldeias, isso já não é possível", lamenta.
Apesar de já não ter alunos nem professores, a pintora pensa que aquele estabelecimento pode continuar a ser disponibilizado para o ensino "através de cursos".
" Talvez as pessoas possam aprender, com a ajuda de técnicos competentes, algumas formas de utilizar menos herbicidas na agricultura, já que assim estão a matar-se aos bocadinhos", exemplifica a pintora.
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