Madeira – Mais uma vez, a criminosa incúria
Antes de mais, uma palavra de solidariedade para com o povo madeirense, sujeito a mais uma tremenda provação, solidariedade ainda mais reforçada para os casos em que essa provação podia ser evitada, ou minorada, não fosse a reiterada incúria do regime jardinista no que toca às obras e equipamentos que não dão votos ou lucros imediatos.
Em segundo lugar, a profunda admiração pelo esforço, por vezes sobre-humano, dos homens e mulheres que ali (ou seja onde for) combatem as chamas.
Dito isto, é uma pena que não haja nenhum amigo pessoal de Alberto João Jardim, ou um alto quadro do PSD-M, ou um qualquer figurão de uma das poucas famílias que dominam a economia madeirense, metido no negócio dos helicópteros, ou dos aviões “Canadair”, os mais conhecidos e eficazes meios aéreos de combate a incêndios em zonas de difícil acesso.
Fosse esse o caso... e aposto que a Madeira estaria equipada com um dos melhores, mais caros e mais "vistosos" serviços de combate aéreo a incêndios de toda a Europa.
Infelizmente, quase todo o investimento (e endividamento) destina-se a servir os interesses dos operadores turísticos e os bolsos dos grandes empreiteiros locais. Investimentos que, como se vê, são canalizados quase exclusivamente para o luxo do Funchal e o faraónico sistema de túneis, auto-estradas, vias rápidas e similares.
Esta é, desgraçadamente, mais uma ocasião para o povo daquela Região Autónoma perceber que os milionários investimentos que o regime de Jardim vai esturrando na ilha, servem todos os interesses menos os dos eleitores e restante população que não está instalada na gamela do orçamento.
A cada tragédia que se abate sobre a Madeira, isso vai ficando mais claro. Não menos tragicamente, as lições da História vão sendo repetidamente ignoradas.
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