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terça-feira, 1 de maio de 2012


Milhares na manifestação da CGTP do Porto porque os "trabalhadores não são peças descartáveis"

 
Lusa

Nem a chuva impediu milhares de pessoas de participarem  hoje na manifestação do 1º de Maio da CGTP, no Porto, onde foram feitas  duras críticas às políticas do Governo e se reivindicou que "os trabalhadores  não são peças descartáveis".

A Avenida dos Aliados e algumas ruas centrais do Porto foram hoje o  local escolhido pelos manifestantes para a marcha do 1. de Maio, tendo  juntado milhares de pessoas, muitas delas envergando bandeiras vermelhas  da CGTP. 
Sob frases como "o custo de vida aumenta e o povo não aguenta" e "os  salários a baixar e os lucros a aumentar" os manifestantes fizeram ouvir  a sua voz contra as políticas governamentais, os cortes de salários e as  alterações à lei laboral. 
Cerca das 15:30, do palco montado na placa central da Avenida dos Aliados,  foi feito o discurso da comemoração do 1. de Maio, tendo este estado a  cargo do coordenador da União de Sindicatos do Porto (USP), João Torres,  que disse que esta "é uma luta que vai continuar contra a política do PSD".
"Os culpados são os governantes. (...) Eles são os coveiros do país  e temos que correr com eles o mais rápido possível", criticou. 
Segundo João Torres, "este Governo não tem legitimidade para rasgar  os compromissos com o povo português". 
"Alguém lhes deu o voto para viver pior, que é aquilo que acontece com  90 por cento dos portugueses", questionou, afirmando que "enganaram mais  uma vez os portugueses". 
Criticando o facto do tratado orçamental ter sido "assinado à revelia  do nosso povo", o líder sindical disse que este só "ajuda a estrangular  ainda mais o país" e que "austeridade em cima de austeridade não é solução"  mas sim "um agravamento das condições de vida dos portugueses". 
"Os trabalhadores não são peças descartáveis", enfatizou, num discurso  muito marcado pela oposição às alterações à lei laboral. 
Sem citar o nome da UGT, João Torres deixou ainda críticas implícitas  à estrutura sindical que está "sempre com os patrões e com os sucessivos  governos". 
O coordenador da União de Sindicatos do Porto disse ainda há quem queira  "há muito partir a espinha à CGTP", deixando um recado para essas pessoas:  "nós não partimos, nem sequer dobramos". 
A chuva, que aguentou quase até ao final do discurso, caiu de forma  intensa durante alguns minutos, tendo feito as pessoas procurado abrigo  nas laterais da Avenida dos Aliados.  
A marcha pelas ruas centrais do Porto prosseguiu depois do fim do discurso.
Lusa

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