O deserto de Gobi, o quinto maior deserto do mundo, localiza-se entre o norte e noroeste da China e ao sul da Mongólia, estendendo-se por uma área de 1 milhão 295 km². Ali existem diferentes ecossistemas, variações climáticas e topográficas. Sua amplitude térmica é espantosa. A média anual situa-se entre -2,5ºC +2,8º C, porém, em suas diferenças extremas a temperatura pode ser extremamente quente, 38, 39º C ou fria -47ºC. Seus ventos a 30 metros por segundo. É um dos mais preciosos sítios arqueológicos do mundo onde são encontrados fósseis petrificados a céu aberto. No passado, o Gobi foi uma movimentada rota de caravanas, a Silk Road - Rota da Seda, ao longo da qual floresceram cidades importantes.
É o habitat de animais raros como camelo-bacteriano [de duas corcovas] e o cavalo-de-przewalski [Equus przewalski]. Também abriga uma criatura mítica, o Aka Allghoi Khorhoi [Olghoï-Khorkhoï], um verme monstruoso que mata suas vítimas com um ácido venenoso. Não tem cabeça nem patas e sua cor é vermelho sangue. A criatura movimenta-se de modo estranho, como que girando, É atraída pela cor amarela.Tocá-lo produz morte instantânea. Dele também se diz que dá choques elétricos. A criptozoologia, estudando esta criatura, conclui que se trata, de fato, de um verme muito fino, medindo cerca de 1 metro de comprimento. Sua existência foi documentada, pela primeira vez, em 1926. O criptozoólogo francês Michael Raynal identificou o verme da morte como uma espécie desconhecida de anfisbeno, um réptil que vive em túneis subterrâneos. Todavia, há quem discorde porque os répteis anfisbenos são criaturas inofensivas.
No Oriente, todo o povo sabe que o deserto de Gobi é um lugar de grande solenidade e mistério, guardado por monstros malignos porque aquele lugar foi escolhido como morada de deuses e semideuses que desceram das esfera espirituais da santidade e da bem-aventurança, tomando formas humanas nas areias douradas.
A mitologia asiática está repleta de criaturas de origem sobrenatural que se misturam e agem em meio aos homens. Um tênue véu entre dimensões espaciais é separa o visível do invisível no pensamento dos orientais. O "olho da alma" as vezes permite ao Iniciado, ao iogue mendicante, ao brâmane, ao monge budista, entrever o vulto diáfano dos imortais que continuam mantendo Silêncio para os ouvidos da Humanidade.
No Ocidente, acredita-se que os "donos do mundo" controlam seus semelhantes em virtude da autoridade com que se revestem justificados por direitos de nascimento ou por direitos civis de eleição. Para os orientais, a autoridade de alguns não são realizações terrenas. A "raça humana" é guiada através das Eras pela divina Providência. Os reis e todos os líderes que presidem as grandes, nações em todo o mundo, são eles próprios, governados pela Grande loja Branca [Great White Lodge], uma espécie de Conselho executivo composto de deuses, semideuses e super-homens. Seres que se reúnem a cada sete anos na cidade sagrada de Shamballa, no coração do deserto de Gobi.
O místico oriental diz que a Cidade Sagrada é constituída de uma substância etérica que somente pode ser percebida pelo Olho de Shiva [glândula pineal] desperto. O Templo da Grande Fraternidade Branca localiza-se em uma rocha Azóica [tempo remotíssimo, época da formação das rochas quando, segundo a ciência atual, não existia vida na face da Terra]. Este rochedo é chamado Ilha Sagrada porque, quando o deserto de Gobi era um vasto oceano, somente esta elevação pétrea aparecia, isolada, acima do nível das águas. Esta "ponta de pedra" jamais submergia.
Os filósofos asiáticos [hindus, tibetanos, chineses etc..] reconhecem numerosas mudanças, movimentos, alterações na face do planeta; uma delas é alteração dos pólos. Quando o corpo magmático deste globo começou a esfriar, os pólos solidificaram-se primeiro e, assim, em cada região polar ergueu-se uma ilha. Descendo destas regiões, os mortais do "primeiro sol" [Hiperbóreo] trouxeram ao mundo o germe de cada criatura viva. Quando a Terra atingiu um estágio ecológico de habitabilidade, a vida polar migrou para diferentes áreas continentais.
Sobre a calota do primitivo pólo Norte [que não se localizava no ponto atual] ergueram seu templo e consagraram toda a Ilha com a proteção dos encantamentos mágicos contra as possíveis incursões de vândalos. O lugar foi cercado de espíritos guardiões que assumiram forma de cobras. Eles formam o Anel dos Nagas, as serpentes angélicas. O primitivo pólo Norte situava-se, portanto, no deserto de Gobi. Para os orientais, é um lugar sagrado: morada e lugar de repouso dos imortais, berço onde todos os seres mortais têm sua origem. Cada nova raça ou espécie de ser que aparece na Natureza terrena, aparece, antes, o interior da Mongólia.
A raça ariana, da qual os modernos hindus e os anglo-saxões são sub-raças, surgiram em algum lugar da Ásia central. Embora os antropólogos ocidentais reconheçam essa origem eles não relacionam o fato à crença hindu de que "a Raça" migrou do deserto de Gobi a partir do deserto de Gobi, onde o primeiro homem branco foi gerado.
Roy Chapman Andrews* [1884-1960, norte-americano naturalista, zoólogo, explorador e escritor] em sua expedição de exploração do grande deserto da Mongólia, não encontrou a Sacred Gobina [a Cidade Sagrada] mas verificou o veracidade de muitas das lendas sobre o lugar. Todo o deserto era rico em fósseis e outras evidências de formas de vida extintas e estranhas, provavelmente os mais antigos e bem preservados fósseis do mundo. Os cientistas modernos não saberiam distinguir uma serpente comum dos Nagas, espíritos encarnados na forma de réptil. Mas as cobras estão lá, dezenas de milhares delas, exatamente como descrito na Escrituras Orientais.
Os Mahatmas, "as grandes almas", não são considerados seres que vivem isolados do que acontece entre os homens comuns; ao contrário, estes sábios são membros de uma fraternidade ativa que tem sido chamada de Trans-Himalayan Brotherhood [Irmandade Trans-Himalaica]. Não obstante, reúnem-se secretamente com os "Senhores do Mundo" para definir o destino da Humanidade. Os Mahatmas possuem, supostamente, o poder de separar suas almas dos seus corpos físicos. Enquanto, aparentemente, estão dormindo, sua consciência atravessa rapidamente o espaço. Eles vão para a Ilha Sagrada onde o Grande Conselho de Espíritos acontece. Na Índia muitas pessoas declaram que não apenas conheceram esses Grandes Adeptos mas que estiveram pessoalmente no Templo etérico que brilha e reluz na paisagem como sua cúpula que brilha com todas as cores do arco-íris.
* Roy Chapman escreveu:
Across Mongolian Plains (Atravessando as Planícies da Mongólia), 1921
On the Trail of Ancient Man (Nas Pegadas do Homem Primitivo), 1926
The New Conquest of Central Asia (A Nova Conquista da Ásia Central), 1932
This Business of Exploring (Este Comércio da Exploração), 193
Gengis Khan
O nome do deserto de Gobi é indissoluvelmente ligado à vida e aos feitos do grande general, conquistador e homem-de-estado Gengis Khan, que recebeu o título de "Imperador da Terra". Em seu próprio tempo foi chamado de "Filho de Deus" e vitória marchava com ele e seus exércitos. Gengis Khan viajava em grande mas portátil castelo acomodado sobre as costas de numerosos elefantes. A edificação era equipada de modo a servir de residência, em tempos de paz e como fortaleza, nos dias de guerra.
O nome do deserto de Gobi é indissoluvelmente ligado à vida e aos feitos do grande general, conquistador e homem-de-estado Gengis Khan, que recebeu o título de "Imperador da Terra". Em seu próprio tempo foi chamado de "Filho de Deus" e vitória marchava com ele e seus exércitos. Gengis Khan viajava em grande mas portátil castelo acomodado sobre as costas de numerosos elefantes. A edificação era equipada de modo a servir de residência, em tempos de paz e como fortaleza, nos dias de guerra.
Quando Gengis Khan avançava à frente de seus homens, sua fortaleza móvel eriçava-se repleta de lanças que choviam sobre o inimigo enquanto os elefantes avançavam destruindo a seus pés todos os obstáculos. Na Ásia, as guerras antigas tinham uma magnitude comparável às guerras mundiais atuais. Existe o registro de uma batalha que escapou das páginas da História. Quatro milhões de homens se enfrentaram no campo. O vitorioso Khan, na época, que era filósofo além de guerreiro, passou como um cometa nas terras da Ásia para desaparecer, como se fosse uma ilusão, no deserto de Gobi. Ele, que nasceu naquelas areias douradas repousa ali, sepultado em uma tumba em ruínas cuja localização somente é conhecida por uns poucos privilegiados.
Nos limites do antigo deserto, entre paredes de rocha e colinas de um lado e areias onduladas de outro, território atravessado raramente por ousadas caravanas, existe um monumento solitário em forma de pirâmide, hoje, decadente.Dentro de uma abóboda de cristal, neste lugar melancólico, repousa o corpo mortal de Gengis Khan, preservado em um misterioso fluido. A lenda popular diz que ele dorme e continuará a dormir na paz do deserto até o grande dia, quando Ásia vai se erguer plena de seu poder e expulsar os poderes opressores.
No advento deste tempo de libertação, o glorioso Khan vai despertar do seu sono milenar e nas areias, nas rochas, nas colinas, os espíritos dos homens de sua horda guerreira responderão ao chamado de seu comandante. Ralas e religião serão esquecidos e as legiões de vivos e mortos somente vão se deter em sua marcha de conquista quando Gengis Khan for, mais uma vez, Imperador da Terra.
Mas naquelas areias do Gobi, não somente o grande Khan espera o momento da ressurreição. Sob as dunas silenciosas repousam, também numerosas civilizações desconhecidas, insuspeitadas. A noite no deserto é insondável como a própria Ásia. Os espíritos dos heróis sepultados aguardam a realização da profecia, quando uma grande luz vai brilhar no deserto de Gobi e da Mongólia surgirá o Mestre dos Homens. Ele virá sozinho, cavalgando a tempestade armado com o poder da areia. E a áspera areia será sua adaga e as serpentes, as cordas de seus arcos. Os guerreiros serão como gafanhotos e o Império de de Khan ressurreto vai perdurar até que as areias desapareçam.
MAIS SEGREDOS DO DESERTO DE GOBI
Helena Blavatsky |
Em seu Glossário Teosófico, a ocultista Helena Petrovna Blavatsky [1831 - 1891] fala deste oceano que, um dia, cobriu a paisagem do Gobi:
Oceano de Sabedoria ─ nome dado a certo reino da Terra, um mar interior. Em épocas remotíssimas, possuía doze centros, em forma de pequenas ilhas que representavam os doze signos do Zodíaco ─ dois dos quais permaneceram por séculos como "signos misteriosos ─ e que constituíam a morada dos doze hierofantes [grandes sacerdotes] e mestres da sabedoria. Tal Oceano existiu, durante séculos, na região em que, atualmente, estende-se o Deserto de Gobi. [BLAVATSKY, ]
Blavatsky menciona o deserto da Mongólia em muitos trechos de seus livros. Eis algumas informações recolhidas em vários volumes:
Annie Besant |
O país fabuloso de Sambhala [Shamballa]: este país fica no deserto de Gobi. Seus lindes [limites, fronteiras] foram parcialmente descobertos por uma expedição americana. Mas não creio que seja encontrada a Ilha Branca, com seu grande templo de mármore branco, onde residem "Os Quatro". É aí que se realiza, a cada sete anos, a grande assembléia... à qual eu tive oportunidade de assistir. [BESANT, Annie. The Theosophist novembro, 1929 ─ p 151 Apud Blavatsky, 2007].
* ANNIE BESANT: 1847-1933
...de acordo com os Purânas, um mar de vinho cerca a ilha de Shambala, ali onde, no céu dos 33 deuses, existe o bosque Shâmali [ou Simbali]. No centro de um lago há um palácio; mas só pode ir lá com o auxílio da magia, isto é, do poder de dirigir o akâsa, de montar o "pássaro dourado".
[Em] The National Geographical Magazine [junho, 1933], Roy Chapman Andrews, em Explorations in The Gobi Desert, fala que em uma planície de cascalho [confirmou a existência e antiguidade] de gigantescas formas de vida, [datando-as em mais de 90 milhões deanos e ruínas de vetustas civilizações que remontam 20 mil anos] quando milhões de "pessoas misteriosas" percorriam o deserto... [BLAVATSKY VI, 2004 - p 228]
Os Filhos de Deus & A Ilha Sagrada
Maha-Chohan |
Do cataclismo que afundou e destruiu a Lemúria sobreviveram os Filhos da Yoga e da Vontade. Essa Raça, que vivia nos quatro elementos: ar, fogo, água e terra, tinha poder ilimitado sobre os elementos; eram os Filhos de Deus, os verdadeiros Elohim [não os que gostaram das filhas dos homens], aqueles que comunicaram à Humanidade os mais estranhos segredos da Natureza e revelaram a Palavra Sagrada, agora perdida.
A ilha por eles habitada, crê-se, existe até hoje [a autora escreve na segunda metade do século XIX], como um oásis rodeado pela espantosa solidão do deserto de Gobi, cujas areais nenhum pé humano jamais palmilhou. Os hierofantes de todos os Colégios Sacerdotais conheciam a existência desta Ilha, porém a Palavra Sagrada só era do conhecimento do "Maha-Chohan" e do chefe de cada Colégio, e era transmitida ao sucessor somente da hora da morte do chefe.
Sanat Kumara |
Não havia comunicação externa com a Ilha, só passagens subterrâneas que se dirigiam aos pontos cardeais, e só conhecidas pelos dirigentes dos Colégios, os Hierofantes. Estes [os hierofantes] eram de duas categorias distintas: os Instruídos pelos Filhos de Deus, da Ilha Sagrada, Iniciados na divina doutrina e aqueles que habitaram a perdida Atlântida. [Estes, atlantes] sendo de outra Raça [que se reproduzia sexualmente de pais divinos] nasceram com uma vista penetrante que devassava o oculto, independente da distância e dos obstáculos. Era a Quarta Raça mencionada no Popul-Vuh [escritura maia].
Melchizedek: Torkom Saraydarian em The Legend of Shamballa também escreve:
O deserto de Gobi era um grande oceano. No meio do oceano existia uma ilha chamada Ilha Branca e todo Aqueles que ali viviam tinham corpos feitos da substância da luz. A radiação dos seus corpos envolvia toda a ilha, que brilhava como um gigantesco diamante incrustado no azul marinho. Ali morava um rei chamado Jovem da Eterna Primavera ou, ainda, Melchizedek, Poderoso Rei da Virtude e da Paz, O Iniciador, o Guerreiro, Rigden Jyepo; e este rei é a Conexão entre o Cosmos e o planeta; ele é Sanat Kumara [SARAYDARIAN Apud HUNTER].
Os Muitos Nomes de Shamballa
Shamballa tem muitos nomes: Terra Proibida, Terra das Águas Brancas [que se refere ao alvos depósitos de sal dos lagos Tsaidam, a leste de Takla Makan],Terra dos Espíritos Radiantes, Terra do Fogo Vivo, Terra dos Deuses Vivos, Terra das Maravilhas, dos Mistérios. Para os hindus é Aryavarsha, onde moram os Devas. Shamballa é o nome em sânscrito e significa Lugar da Paz e da Tranqüilidade [LE PAGE, 1996]. Entre os mongóis, o deserto de Gobi é Shamo Gobi [onde Gobi = deserto], palavra relacionada ao deus Shamos, adorado no Oriente médio com a "estrela negra" [CHILDRESS/SHAVER, 1999].
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