Esta coleção fotográfica de monumentos majestosos mostra a importância do enquadramento, perspectiva e iluminação em uma foto. A mudança de ângulo, em especial, pode fazer uma grande diferença quando aplicada à fotografia ou qualquer outra coisa na vida. Claro, o Portão de Brandemburgo e o Monte Rushmore são imponentes quando são enquadrados da maneira certa, mas podem parecer banais quando não são o foco central da imagem.
1. Pirâmides de Gizé
As três Grandes Pirâmides que compõem este complexo são, de longe, as mais famosas do mundo. Elas simbolizam o poder dos faraós do Egito Antigo e foram construídas como tumbas reais para os reis Quéops, Quéfren e Miquerinos – respectivamente pai, filho e neto. A maior delas, conhecida como Pirâmide de Quéops, atualmente mede 137,16 metros de altura (originalmente eram 146,60 metros, mas falta parte de seu topo e revestimento) e foi construída aproximadamente em 2550 aC. Ela também é a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que resistiu aos efeitos do tempo e das guerras.
Quando vemos fotografias ou mesmo reportagens que mostram estes monumentos, normalmente a impressão que se têm é de que eles estão no meio do deserto, cercados por uma infinidade de areia por todos os lados. Porém, a realidade nada tem a ver com isso. Esse ponto turístico está localizado a poucos quilômetros da periferia de Cairo, como mostra a imagem abaixo. Então, já sabe: se for visitar o Egito, preste bem atenção ao tirar aquela foto de turista “segurando” uma das pirâmides.
2. Stonehenge
Localizado na planície de Salisbury, no condado de Wiltshire, no sul da Inglaterra, a história deste monumento é cercado de mística. Estima-se que o mais famoso círculo de pedras do Reino Unido date de 3100 aC e, ainda que a origem de sua construção e sua função sejam incertas, acredita-se que era usado para estudos astronômicos, religiosos ou mágicos. Tanto mistério se deve especialmente às suas dimensões, já que há pedras que chegam a medir cinco metros de altura e pesar quase cinquenta toneladas.
Com toda esta aura de suspense e magia, fica fácil acreditar piamente nas imagens que mostram Stonehenge como um grande oásis de pedra em meio a uma imensidão verde praticamente intocada pelo homem. Mais uma vez, porém, um plano mais aberto revela que logo ao lado destes monumentais círculos concêntricos passa uma estrada e há até mesmo uma ruazinha para facilitar o acesso das hordas de turistas.
3. Taj Mahal
Este imenso monumento foi construído ao longo de 21 anos e às custas do trabalho de 20 mil homens, trazidos de diversas cidades do Oriente. Localizado na cidade de Agra, na Índia, o majestoso prédio de mármore branco é conhecido como a maior prova de amor do mundo, já que foi feito em homenagem à esposa favorita do imperador Shah Jahan, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal (“A jóia do palácio”). Aryumand morreu dando à luz o seu 14º filho e o Taj foi construído sobre o seu túmulo. Além da grande construção de mármore, que é o prédio mais conhecido, o complexo ainda é composto por uma mesquita, outros mausoléus secundários, uma entrada principal e um imenso jardim persa.
Ainda que tenha um jardim medindo 320 x 300 metros ao seu redor, nem toda realeza que o Taj Mahal acumula é o suficiente para acabar com a pobreza da Índia. O país é o segundo mais populoso do mundo e, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 da Organização das Nações Unidas (ONU), seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é 0,554, ocupando o 136º. Ainda que Agra tenha uma estrutura estável e esteja entre as 30 cidades mais desenvolvidas da Índia, é só sair um pouco da rota dos turistas para dar de cara com muito, muito lixo, tendo como plano de fundo a imponente lembrança do luto de Shah Jahan.
4. Sagrada Família
O Templo Expiatório da Sagrada Família, localizado em Barcelona, é considerada por muitos a obra-prima do arquiteto Antoni Gaudí. O artista assumiu o projeto em 1883, aos 31 anos de idade, e dedicou seus últimos 40 anos de vida a ele – os últimos 15 de forma exclusiva. Apesar disso, a obra nunca foi totalmente concluída, o que não deve acontecer antes de 2026, ano do centenário de morte do catalão. Recheado de simbologia católica e intrincado dos mais delicados detalhes, o local virou um ponto turístico e ganhou até um museu.
Tudo isso é bastante extraordinário, entretanto é só dar uma olhada em Barcelona vista de cima para praticamente perder a construção mais famosa de Gaudí no meio das quadras simétricas e da vastidão da metrópole. Nas redondezas, inclusive, há pouco espaço para construções que fujam do padrão geométrico adotado no bairro.
5. Portão de Brandenburgo
O “Brandenburger Tor” é um antigo portão de Berlim que une o centro da histórico da cidade ao “Tiergarten”, a sede do parlamento, e, no século XVIII, foi reformado e transformado em um arco do triunfo – construção da arquitetura romana que normalmente simbolizava a vitória em uma grande batalha. O rei Frederico Guilherme II ordenou a sua criação como um símbolo de paz. Medindo 26 metros de altura, 11 metros de profundidade e 65 metros de largura, a reforma que o transformou em um marco neoclássico começou em 1788 e durou três anos. Hoje, é um dos pontos turísticos mais famosos da Alemanha.
Ainda que tenha sido imponente por vários anos, a mania moderna de empilhar casas uma em cima das outras, fazendo edifícios cada vez mais altos, logo engoliu o Portão de Brandenburgo. Assim como no caso da Sagrada Família, quando se escolhe um ângulo menos turístico do lugar, sua grandiosidade é ofuscada pelos seus arredores, mesmo que os prédios que o circundem não possam ser chamados de arranha-céus. Se vivesse hoje, o rei Frederico teria bem mais trabalho para materializar o seu poder.
6. Cataratas do Niágara
A reunião de três quedas de água no Rio Niágara marca a fronteira do estado norte-americano de Nova York com a província canadense de Ontário. Ainda que não sejam assim tão altas, elas recebem as águas dos lagos Erie e Ontário, o que faz com que tenham o maior fluxo do mundo, com cerca de 168 mil m³ de água caindo a cada minuto no período das cheias e aproximadamente 110.000 m³ em média. Famosas por sua beleza e uma importante fonte de energia hidrelétrica, elas têm sido um destino turístico muito popular há aproximadamente três séculos.
Porém, se você acha uma beleza natural dessa seria totalmente cercada de mata fechada por todos os lados, como é o caso das nossas Cataratas do Iguaçú, está bastante enganado. Uma grande avenida do lado canadense da fronteira passa bem ao lado do rio e uma espécie de praça fica bem ao lado da Catarata Horseshoe, a maior das três quedas, que reúne 90% do fluxo do Rio Niágara. Há poucos metros do gigante da natureza, ergue-se o Fallsview Casino Resort, um arranha-céus de 32 andares e com uma área total de 230 mil m². Se a civilização der um passo descuidado, pode acabar se afogando nas águas furiosas que cortam os dois países.
7. Acrópole de Atenas
Acrópole é como é denominada a parte da cidade construída na região mais alta do relevo local. A de Atenas é a mais famosa do mundo e fica no topo de uma colina rochosa que se ergue 150 metros acima do nível do mar. A construção, que data de aproximadamente 450 aC, é considerado o cartão postal mais famoso da Grécia, o tipo de imagem que qualquer um pensa imediatamente ao falar sobre o país. Lá estão dois dos prédios mais famosas do mundo antigo, como o Partenon e o Erecteion.
Assim como no caso das pirâmides, o restante da cidade se aproxima cada vez mais do ponto turístico e visitantes do mundo todo aproveitam que o local se ergue acima de todo o resto para registrar imagens sem nenhuma interferência do mundo moderno na paisagem. Exceto pela colina rochosa e um pequeno espaço verde ao seu redor, as casinhas brancas da capital grega se espalham por todos os lados.
8. Monte Rushmore
Neste monte, localizado na cidade de Keystone, Dakota do Sul, Estados Unidos, estão esculpidos os rostos de quatro ex-presidentes norte-americanos: George Washington, o primeiro presidente dos EUA; Thomas Jefferson, autor da declaração da independência; Theodore Roosevelt, que conquistou maior reconhecimento internacional e liberdade econômica; e Abraham Lincoln, que lutou pela união do país durante a guerra civil. Cada uma das faces de pedra moldadas pelo escultor Guzton Borglum e outros 400 trabalhadores tem 18 metros de altura. No total, o memorial tem uma área de 5,17 km² e fica 1.745 metros acima do nível do mar. A construção começou em 1927 e só foi concluída em 1941, catorze anos depois.
Diferente dos outros casos, mudar de perspectiva para olhar para o Monte Rushmore não nos mostra um crescimento populacional exagerado e como a cidade está quase sufocando o ponto histórico. Quando se observa este lugar com um ângulo mais aberto, o que percebemos é a pequeneza da obra humana quando comparada com a imensa área verde ao seu redor.
9. Cidade Proibida
Este imponente palácio localizado no centro da antiga cidade de Pequim foi a casa do imperador chinês desde meados da Dinastia Ming, (1368 – 1644), até o final da Dinastia Qing, (1644 – 1912). Sua construção levou 14 anos, de 1406 até 1420, sendo o maior complexo palaciano do mundo, com cerca de 720 mil metros quadrados – há uma lenda de que o local teria 9.999 cômodos. Cercada por um fosso de seis metros de profundidade e muros maciços de dez metros de altura, suas dependências eram reservadas apenas para altos membros do governo, o imperador, sua família e alguns criados.
Olhando a arquitetura da Cidade Proibida, que atualmente abriga o Museu do Palácio, fica até fácil esquecer o crescimento gritante pelo qual a China passou nas últimas décadas. Porém, as casas com telhados elaborados e arquitetura cuidadosa passam longe dos prédios que hoje tomam a megalópole que é a capital do país mais populoso do mundo. Ainda que ocupe um espaço significativo, há muito tempo Pequim vai bem além dos muros de seu ponto turístico mais famoso.
10. Letreiro de Hollywood
Não é todo mundo que sabe, mas as letras de 14 metros situadas no alto do Monte Lee, nas Colinas de Hollywood, costumavam soletrar “Hollywoodland”. Criado em 1923, originalmente era uma peça publicitária de um loteamento imobiliário e deveria durar apenas um ano e meio. Entretanto, com a ascenção da indústria do cinema norte-americana em Los Angeles – período do final dos anos 1920 até o início dos anos 1960 conhecido como a Era de Ouro de Hollywood -, a prefeitura optou por deixá-lo onde estava. Em 1949, um contrato do Departamento de Parques da cidade com a Câmara do Comércio determinou a retirada do “LAND” do final da palavra, que passava a representar todo o distrito, não apenas o empreendimento imobiliário. Depois de décadas em deterioração constante, uma reforma de 1978 transformou o letreiro naquilo que se vê hoje.
Em meio a lendas urbanas de que seria possível ver o letreiro de Hollywood do espaço, quem visita a cidade passa por poucas e boas para conseguir avistar o famoso ponto turístico. Além de não ser algo de proporções interplanetárias, os altos prédios e o tamanho da cidade dificultam até mesmo a visão da cordilheira que separa boa parte de Los Angeles do Vale de San Fernando e sobre a qual as letras estão montadas. Sem dúvidas, quase um século atrás, quando foi criado, ele era bem mais impressionante.
11. Santorini
Localizada cerca de 200 quilômetros a sudeste da Grécia continental, essa ilha é o destino mais desejado de quem sonha em fazer um cruzeiro na região. Imagens que mostram as paredes brancas das casas do lugar em contraste com o mar e céu azuis são de tirar o fôlego e o pôr-do-sol no mar Egeu atrai casais apaixonados do mundo todo. Como não poderia deixar de ser, o turismo é a principal base da economia local.
O que os livretos das agências de viagem não mostram, contudo, é que Santorini é o que restou de uma gigantesca erupção vulcânica que destruiu as primeiras habitações humanas da região e deu forma à atual caldeira vulcânica que forma o arquipélago homônimo. Assim sendo, para além das graciosas casinhas brancas suas árvores floridas, as vilas foram construídas no alto de escarpas altíssimas e seus arredores pouco têm de material para filmes de romance.
12. Mona Lisa
É seguro dizer que esta obra de Leonardo da Vinci é a pintura mais famosa do mundo. Acredita-se que o quadro, que se chama La Gioconda em italiano, retrate Lisa Gherardini, a esposa de Francesco del Giocondo. Também acredita-se que a encomenda de Francesco teria sido pintada entre 1503 e 1506, ainda que existam especulações de que da Vinci não teria terminado o trabalho até 1517. Adquirido pelo rei Francisco I da França, o retrato passou a ser propriedade do país e está exposto no museu do Louvre, em Paris, desde 1797.
Tanta fama assim atrai milhares de turistas todos os dias, que esperam admirar a Mona Lisa bem de perto, com os próprios olhos. Ou quase isso. Na prática, a aglomeração de visitantes e o acúmulo de máquinas fotográficas e filmadoras – somados ao tamanho do quadro, que não é dos maiores – faz com que a experiência passe longe de uma visita artística contemplativa. A realidade da obra de arte mais conhecida do planeta é mais parecida com um zoológico do que com o Museu Nacional de Belas Artes.
13. Central Park
Criado em 1857 e expandido ao longo de 15 anos, o parque urbano mais visitado dos Estados Unidos tem uma área de 3.399 km². Localizado na região de Manhattan, na cidade de Nova York, recebe aproximadamente 35 milhões de visitantes todos os anos e a famosa Quinta Avenida passa bem do seu lado leste. O local é mantido basicamente por uma organização privada e sem fins lucrativos, que provê 85% do orçamento anual dos US$ 37 milhões necessários para manter o funcionamento do parque.
Ao contrário dos outros casos listados até agora, o Central Park oferece uma surpresa positiva quando mudamos de perspectiva. As fotografias registradas dentro do parque não fazem jus à sua magnitude. Vista de cima, a enorme área verde cobre uma parte imensa da ilha, que impressiona os desavisados. Para termos um referencial brasileiro, o parque do Ibirapuera, em São Paulo, tem uma área de 1.584 km², isto é, menos da metade do seu primo norte-americano. Quem se dispõe a perder pelo menos uma tarde passeando pelo lugar, encontra várias obras de arte, mas precisa tomar cuidado para não se perder.
14. Arco do Triunfo
Construído em homenagem às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, o monumento, de 50 metros de altura, levou 30 anos para ser construído e foi inaugurado em 1836. Um dos marcos mais célebres de Paris, ele fica na praça Charles de Gaulle, no final oeste da avenida Champs-Élysées. Embaixo do Arco está o Túmulo do Soldado Desconhecido, construído para honrar os milhares de mortos não identificados da Primeira Guerra Mundial.
A construção neoclássica fica no oeste da capital francesa e, como no caso do Central Park, justifica sua fama. Observando a arquitetura da cidade, é possível ver como as ruas das reondezas convergem diretamente para o Arco do Triunfo, que não distoa das construções que o rodeiam. Nem mesmo o crescimento populacional da cidade mais turística do mundo foi capaz de se apropriar do espaço de “respiro” ao redor do marco histórico.
15. A Pequena Sereia
Situada no parque de Langelinie, em Copenhague, na Dinamarca, a estátua retrata a protagonista do conto de fadas homônimo de Hans Christian Andersen, transformado em filme da Disney em 1989. A escultura de bronze, criada por Edvard Eriksen entre 1909 e 1913, fica sobre uma pedra, banhada pelas águas do estreito de Øresund, que divide terras dinamarquesas e suecas.
Ainda que homenageie uma história que está entre as mais famosas do mundo, a Pequena Sereia de bronze pode até passar despercebida. Isso porque ela mede apenas 1,25 metros, tendo sido construída em tamanho natural. Isso sem levar em consideração as filas de turistas que se formam aguardando ansiosos pelo melhor clique da obra mais célebre de Eriksen. O governo local está até mesmo considerando afastar um pouco mais a estátua da beira d’água, já que muitos deles insistem em subir na pedra – além de vários vândalos terem atacado a escultura ao longo dos anos
Fonte: hypescience
cidadeaveiro.blogspot.pt
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