AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Vida e Paz - 44% dos beneficiários vive na rua ou em casa abandonada

Vida e Paz 


44% dos beneficiários vive na rua ou em casa abandonada

Mais de 40% das pessoas apoiadas pela Comunidade Vida e Paz vivem na rua, num albergue ou numa casa abandonada em Lisboa, revela um estudo da instituição hoje divulgado.
PAÍS
44% dos beneficiários vive na rua ou em casa abandonada
Global Imagens
Os beneficiários da instituição caracterizam-se também por deterem já um certo grau de inclusão na rede de apoio às pessoas sem-abrigo em Lisboa.
Segundo o estudo, a maioria desta população tem uma situação legal normalizada (72%) e práticas de higiene regulares (78%).
Relativamente a um dos "problemas mais prementes" desta população -- o apoio nos problemas de saúde -- a análise constatou que a maioria desse apoio vem de amigos (21%) ou de voluntários (25%).
Mas há "uma fatia significativa" de pessoas (29%) que não recebe qualquer tipo de apoio quando se depara com um problema de saúde.
Todas as noites, as equipas de rua da Comunidade Vida e Paz apoiam 428 sem-abrigo, oferecendo-lhes uma ceia (duas sandes, um copo de leite ou iogurte, um bolo seco e uma peça de fruta) e dando-lhes apoio emocional.
"Poderão existir, no entanto, pessoas sem-abrigo que não experimentam uma redução da fome, devido a estados agravados de alcoolismo e toxicodependência", sublinha o estudo.
Estas pessoas rejeitam as ceias porque "não têm consciência das suas necessidades fisiológicas na altura em que as carrinhas passam por eles", explica.
Outra causa possível para esta rejeição é alguns sem-abrigo não terem fome porque, em algumas áreas da cidade, recebem refeições de outras instituições ou mesmo de particulares.
Mas o "objetivo primeiro" das equipas não é a distribuição de ceias, mas sim a prestação de apoio emocional aos socialmente excluídos de forma a ajudá-los a sair da rua.
"Com este apoio, as pessoas sem-abrigo sentem que têm alguém que se preocupa com elas e com quem podem contar e, consequentemente, sentem-se menos sós", mas este benefício apenas ocorre quando as pessoas respondem positivamente às abordagens dos voluntários.
As duas razões principais que levam os sem-abrigo a rejeitar este apoio é o facto de sofrerem de doenças mentais ou estarem sob efeito de consumo de substâncias tóxicas quando as carrinhas passam.
Todas as noites, equipas de rua -- 56 no total, constituídas por cerca de 500 voluntários - realizam quatro circuitos pelas ruas de Lisboa, parando em cerca de 100 pontos da cidade.
A Comunidade Vida e Paz refere do documento que "o fenómeno da população sem-abrigo não é recente, muito embora se torne mais acentuado em períodos de crise económica", com alterações no mercado de trabalho e insuficiências ao nível das políticas de habitação, segurança social e saúde.
"Nos últimos anos, devido ao contexto económico, a degradação das condições de vida na Europa, e em concreto na sociedade portuguesa, tem vindo a acentuar-se", com cerca de 25% da população residente em Portugal em risco de pobreza ou exclusão social, sublinha.

Sem comentários: