Scolari terá recebido bónus do BPN através de "saco azul" que também pagava a gestores
Banco de Portugal diz em tribunal que o BPN, que está agora nas mãos do BIC, tinha um "saco azul gigantesco" para pagar "por fora" a gestores e estrelas como Figo e Scolari, escreve esta sexta-feira o "Jornal de Notícias".
O "saco azul" estava montado através de uma offshore, a Marizion, que era detida pela Galilei (actual SLN, que era a dona do BPN). Era essa offshore, com sede em Wyoming (Estados Unidos) era utilizada como um "saco azul gigantesco" para fazer pagamentos de prémios e de outras remunerações em numerário, explicou esta quinta-feira, em tribunal, António Gomes, um dos responsáveis pelas inspecções no Banco de Portugal.
De acordo com este responsável, citado pelo "JN", além dos pagamentos recebidos pelo ex-seleccionador Luiz Felipe Scolari (que está entretanto notificado por dever sete milhões ao Fisco) e Luís Figo, houve administradores que também receberam somas avultadas. Entre eles estão Armando Pinto (300 mil euros) e Coelho Marinho, que recebeu 600 mil euros.
Era também esta offshore que pagava os rendimentos dos clientes com "Contas de Investimento", que tinham rendimento garantido e cujas perdas – que ascenderam a 31 milhões de euros – foram assumidas por uma outra offshore, a Jared Financial, igualmente com sede nos EUA.
Estas contas de investimento movimentaram cerca de 600 milhões de euros.
Este processo já tinha sido decidido no Banco de Portugal em Setembro do ano passado, redundando na condenação de 12 arguidos a multas de cerca de dois milhões de euros. Nove deles recorreram e por isso o julgamento passou agora para o Tribunal da Concorrências, Regulação e Supervisão, em Santarém.
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