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segunda-feira, 5 de maio de 2014

FRANCISCO LOUÇÃ (NO FACEBOOK) - Que vileza triste, senhor presidente

Que vileza triste, senhor presidente 

Escreve Cavaco Silva no Facebook: "O que mais me vem à memória, no dia de hoje, são as afirmações perentórias de agentes políticos, comentadores e analistas, nacionais e estrangeiros ainda há menos de seis meses, de que Portugal não conseguiria evitar um segundo resgate". É o que lhe “vem à memória no dia de hoje”. E pergunta então: "O que dizem agora?"
É esta a resposta do Presidente a quem lhe pergunta pela “saída limpa”. Vai disto: "neste tempo pré-eleitoral é apenas isto que respondo a todos aqueles que pedem a minha reação ao anúncio de ontem de que Portugal não recorrerá a qualquer programa cautelar". Mai nada, estamos conversados.
Cavaco Silva não é porta-voz do PSD, mas faz de Marco António Costa. Não é representante do CDS, mas faz de Nuno Melo. Perguntam pela solução económica, pela Europa? Qual quê, o presidente quer uma ajuste de contas com os adversários do Partido. Querem saber dos fluxos de financiamento, do futuro das reformas? Qual quê, o homem quer tratar de mercearia eleitoral em prol do Partido. Querem saber de Portugal? Qual quê, ele quer fazer um tempo de antena, o Partido está primeiro que tudo.

Se lhe perguntarem se é o mesmo presidente que há um ano fazia “afirmações perentórias” sobre a “insustentabilidade” do curso económico, sobre os impostos contra os reformados, sobre a “espiral recessiva”, esqueçam. Isso “não lhe vem à memória”.

Se lhe perguntarem se foi o mesmo presidente que há dois meses publicou um prefácio no livro Roteiros VIII, alertando para que “Pressupondo um crescimento anual do produto nominal de 4% e uma taxa de juro implícita da dívida pública de 4%, para atingir, em 2035, o valor de referencia de 60% para o rácio da dívida, seria necessário que o Orçamento registasse, em média, um excedente primário anual de cerca de 3% do PIB. Em 2014, prevê-se que o excedente primário atinja 0,3% do PIB”, esqueçam, que isso “não vem à memória”. Não é o Partido.

Sejamos por isso delicados e respeitadores, o Presidente merece que o ajudem a acabar o mandato com dignidade.

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