Uma das grandes artes, imagem de marca, de Pedro Passos Coelho é a de conseguir dizer uma coisa, com a cara mais preocupada do mundo, e fazer exactamente o seu contrário sem sequer pestanejar, e continuar e continuar e continuar a fazer e a desdizer-se sem sequer corar.
O último exemplo com que nos brindou foi o da nomeação do senhor Joaquim "da Católica" [a Fernanda explica porquê] para presidir à comissão que vai descobrir a fórmula físico-química da mulher a parir até fechar a fábrica, porque os católicos "da Católica" não fazem isto por menos, apesar dos estudos estarem há já muito feitos, com as causas identificadas e com soluções definidas.
E o que nos dizem os especialistas com trabalho feito, e com exemplos concretos de sucesso noutros países mda Europa, mas que têm contra si o facto de não serem "da Católica", é que «não é possível aumentar a natalidade sem intervir fortemente nas leis que regulam o mercado de trabalho. "O desemprego jovem, que afecta as pessoas em idade de ter filhos, a precariedade e a incerteza em relação não só ao trabalho mas também ao futuro condiciona e muito o projecto de ter filhos"» e que é necessário «reduzir o horário de trabalho, proporcionar maior estabilidade nos vínculos profissionais e fazer diminuir o stress que pais e mães acusam por sentirem que não têm tempo para os filhos, o que lhes causa culpa e frustração e os impede de avançar para o projecto de terem mais filhos», tudo coisas que encaixam na tal arte de Pedro Passos Coelho de dizer uma coisa, com a cara mais preocupada do mundo, e fazer exactamente o seu contrário sem sequer pestanejar.
Ao sonso só lhe faltou perguntar "por que é que nascem tão poucas crianças? O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal?" e rematar com "eu não acredito que tenha desaparecido nos portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao Mundo".
derterrorist.blogs.sapo.pt
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