Caso BPN há três anos nos tribunais sem sequer metade das testemunhas ouvidas
foto ÁLVARO ISIDORO/GLOBAL IMAGENS |
O julgamento do processo principal do caso Banco Português de Negócios (BPN) arrancou, faz domingo três anos, tendo sido ouvidas até à data 63 testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público, isto, de um total de 300 testemunhas.
Nesta altura, falta ouvir os depoimentos em tribunal de 23 testemunhas chamadas pela acusação, sete das quais arroladas recentemente, seguindo-se ainda a audição da totalidade das testemunhas de defesa dos 15 arguidos, entre os quais se destaca o fundador do BPN, José Oliveira Costa, a que se soma a empresa Labicer.
É precisamente sobre a matéria que envolve a empresa de cerâmica em que o BPN investiu vários milhões de euros - notícias apontam para um prejuízo total próximo de 90 milhões de euros só com os negócios em torno da Labicer, considerados dos mais ruinosos para o grupo - que incidem atualmente os trabalhos do coletivo de juízes responsável pelo processo-crime.
Sendo certo que os advogados dos arguidos poderão prescindir da audição de algumas das testemunhas que já participaram nas sessões de julgamento por iniciativa da acusação, não é menos verdade que a 'fatia de leão' de testemunhas arroladas neste processo ainda está por ouvir, o que indica que o mesmo ainda estará longe de ser concluído.
Em causa neste processo que corre nas Varas Criminais de Lisboa (atualmente deslocado em termos físicos para o Palácio da Justiça) estão diversos crimes económicos, que vão desde abuso de confiança a burla qualificada, passando por fraude fiscal e falsificação de documentos, entre outros ilícitos.
Refira-se que as 15 pessoas e o representante da empresa Labicer estão há muito dispensados pelo tribunal de comparecerem nas sessões do julgamento, quase todos por motivos familiares e profissionais, mas também por razões de saúde, como é o caso de Oliveira Costa.
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