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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A Promíscua Relação entre a Igreja Católica e os Nazifascistas A notícia de que a Igreja Católica na Alemanha ira divulgar documentos que mostrariam sua relação com o nazismo leia aqui, levou-me a retornar em um tema já proposto no blog no texto "o Papa de Hitler", isto é, a relação intima, e quase, promiscua da Igreja Católica com os regimes nazifascistas.


                A notícia de que a Igreja Católica na Alemanha ira divulgar documentos que mostrariam sua relação com o nazismo leia aqui, levou-me a retornar em um tema já proposto no blog no texto "o Papa de Hitler", isto é, a relação intima, e quase, promiscua da Igreja Católica com os regimes nazifascistas. 
             A relação do cardeal Eugênio Pacelli, que viria a ser o Papa Pio XII, a Alemanha era íntima, era chamado “il Tedesco”,  (o alemão). Tinha na Alemanha a sua segunda pátria, o alemão com o outro idioma. Quando foi nomeado, em 1917, arcebispos e núncio, estava em Munique e recebeu autorização para negociar uma concordata com os bávaros. Entre 1925 e 1929, fixou-se em Berlim, quando foi convocado de volta a Roma pelo, então, Papa Pio XI para assumir como Secretário de Estado. A Igreja Católica que era inimiga de morte do comunismo e não nutria simpatia pelo liberalismo acaba aproximando-se do fascismo.
Pio XII e Htler

                PERIGOSA APROXIMAÇÃO COM O FASCISMO

                Os cristãos que foram perseguidos durante o Império Romano viram gradativamente a Igreja Católica conquistar seu espaço na sociedade europeia. Chegando a torna-se a religião oficial do Império. Com a queda de Roma, a Igreja Católica era a instituição mais importante, símbolo de permanência em uma sociedade de profundas mudanças, e por isso, ninguém teve maior poder durante o período conhecido como Idade Média. Neste período a Igreja recebeu de Pepino, o Breve, rei dos francos, um imenso território no centro da Itália. Em 756, surgiam, então, os Estados Pontifícios que vigorariam até 1870. No decorrer desse longo período, a Igreja passou por expansões que a concederam grande influência.


                Em 1870, a Igreja viu ser tomada parte de seu território com a invasão de Roma pelas tropas do rei Vitor Emanuel II. Como forma de conciliação com Igreja, no ano seguinte a invasão, o monarca ofereceu ao Papa Pio IX, uma indenização pela perda de parte do território bem como sua permanência como Chefe de Estado do Vaticano. O Papa rejeita o acordo dando inicio a uma disputa diplomática com Roma, que receberia o nome de Questão Romana. Tal disputa prolongou-se por anos. A República foi instaurada na Itália e a situação continuou a mesma até que o ditador Benito Mussolini abriu negociação com lideranças da Igreja.


Pietro Gasparri e Mussolini assinam o Tratado de Latrão.

Pelo Tratado de Latrão, de 1929, assinado entre à Igreja e o Ditador Fascista Italiano houve a confraternização amigável entre as duas partes. Em troca de uma quantia de 750 milhões de libras, o chamado “empréstimo da conciliação”, o Papado reconheceu o regime de Mussolini. O acordo também criou um novo Estado, o Vaticano, que é o menor em extensão territorial do mundo dotada de apenas um quilometro quadrado. Para tanto a Igreja abriu mão dos territórios que possuía deste a Idade Média. O Papa governaria o Estado do Vaticano sendo neutro e inviolável e reconheceria Roma como legítima capital da Itália.
  Em 1933, com a chegada de Hitler ao poder, Pacelli foi diretamente responsável pelo acordo, assinado, com os nazistas,  em 20 de julho de 1933. Tal acordo escrito pelo Monsenhor Gröber, conhecido como “bispo nazista”, com a desculpa proteger os cristãos serviu, antes, para tirar o regime nazista do isolamento diplomático em que se encontrava.


Como é possível explicar tal aproximação? Se analisarmos o contexto político veremos muitos pontos de ligação entre os regimes totalitários nazifascistas e a Igreja também autoritária. Assim como os regimes totalitários a Igreja não somente compreendia a concentração do poder, como ela mesma era assim constituída. O Fúhrer (prinzip) que detinha a primazia do poder e da liderança, era sob a ótica secular germânica, muito semelhante ao primado papal afirmado no Código da Lei Canônica.
Em 1937, o então Papa Pio XI teria se arrependido do acordo assinado com Hitler, pois, publicou uma encíclica onde condenava, moderadamente, o paganismo e a ideia de um “Deus Nacional Alemão”, defendida pelas nazistas. Todavia, esse arrependimento da Igreja ficou nisto. O Sucesso de Pio XI, Eugênio Pacelli, Papa Pio XII não se mostrou nenhuma incômodo  da relação entre Igreja e Nazistas.
Mesmo a crescente onda de violência posta em prática por Hitler, a partir de 1939, foi capaz de tirar de Pio XII uma voz em contrário. O silêncio constrangedor da Igreja em um dos momentos em que mais se matou pessoas em um curto período de tempo na história da humanidade; rendeu ao Papa a acunha de, “o Papa de Hitler”. Teria adiantado o papado manifestar-se? Provavelmente, não. Porém, a Igreja tão pronta a gritar no menor sinal de pecado no mundo, silenciar a tamanha barbárie quase na sua porta é mais do constrangedor chega ser criminoso.
Segundo a historiadora Annie Lacroix-Riz (Le Vatican l 'Europe et le Reich, Paris, 1996), sabe-se que em particular, com representantes alemães, Pacelli demonstrava os mesmos sentimentos antijudaicos dos nazistas. 

Outra razão era que Pacelli era um anticomunista convicto, e via no nazismo a possiblidade de derrotar os bolcheviques. Mesmo que o preço moral fosse o silêncio diante de uma das maiores monstruosidades da humanidade.  Não existe neutralidade na política, ainda mais, em uma situação tão extrema. "Como disse Hitler, numa reunião ministerial de 14 de julho de 1933, a garantia de não intervenção de Pacelli deixava o regime livre para resolver a questão judaica".  Ainda que não “apoiasse” diretamente o Partido Nazista, principalmente pelo seu viés racista a qual via como uma ameaça a Igreja. “O temor ao nazismo era ofuscado por um medo ainda maior de Pacelli, o comunismo", diz o historiador Michael Phayer, da Universidade de Marquette, nos Estados Unidos.

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