Número um do FMI para Portugal antevê mais dez a 15 anos de ajustamento
O interlocutor do Fundo Monetário Internacional para o resgate português escolheu as páginas do Financial Timespara deixar um aviso à navegação dos atuais e futuros governantes do país. O processo de “transformações” da economia receitado pela troika, atira Subir Lall numa entrevista publicada esta quinta-feira, “terá de continuar por mais dez a 15 anos”. Na opinião deste responsável, “é irrealista esperar” que as “distorções” sejam “removidas nos três anos de um programa de ajustamento”. Ou que as reformas sejam “impostas externamente”.
“As distorções na economia acumularam-se durante décadas e é irrealista esperar que possam ser removidas nos três anos de um programa de ajustamento ou que o processo de reforma possa ser imposto externamente”, enfatiza o técnico do FMI Subir Lall na entrevista ao jornal Financial Times
Numa mensagem destinada ao chamado arco da governação, socialistas incluídos, o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional que integra o trio de credores internacionais de Portugal avisa que “as transformações de que a economia precisa terão de continuar por mais dez a 15 anos e terão de ser caseiras”.Nas declarações ao Financial Times, Subir Lall considera que é ainda cedo para falar da estratégia de saída do Programa de Assistência Económica e Financeira. O homem do FMI para Portugal estima que o início de 2014, quando forem testados nos mercados os títulos de dívida de maturidades mais extensas, será “um bom ponto para ver o que os investidores dizem”.
“Mudar a forma como a economia responde e ultrapassar a inércia requer um esforço contínuo e terá de ser feito independentemente do partido político que estiver no poder”, vinca o responsável do Fundo, que não deixa de repetir a sua confiança quanto às alternativas que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas está obrigado a encontrar para reagir a futuras declarações de inconstitucionalidade de medidas de impacto orçamental.
Subir Lall não se coíbe de advertir que quaisquer “medidas alternativas” comportam “sempre um risco” de serem “as segundas melhores em termos de promoção do crescimento económico e do emprego”.Um “surpreendente ajustamento”
Apesar dos avisos, Subir Lall ensaia um elogio ao ajustamento orçamental português, avaliando como “surpreendente” a redução do défice primário em 6,75 por cento do Produto Interno Bruto em menos de três anos.
“Dois terços do ajustamento necessário já foram alcançados. A restante consolidação terá lugar em 2014 e 2015, o que significa que o ritmo de consolidação será muito mais brando do que em 2011 e 2012”, argumenta.
Ainda assim, contrapõe Lall, o crescimento económico a longo prazo estará condicionado a uma mudança do “sector não-transacionável para o sector transacionável”.
Também entre os “desafios” de maior escopo traçados ao Financial Times pelo chefe da missão do Fundo Monetário Internacional estão a flexibilização adicional do mercado de trabalho e a recomposição de um sector público tido por “ineficaz”. A somar às respostas que o Fundo exige para a alavancagem bancária, os custos dos portos e da energia e um sistema judicial visto como lento.
Numa mensagem destinada ao chamado arco da governação, socialistas incluídos, o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional que integra o trio de credores internacionais de Portugal avisa que “as transformações de que a economia precisa terão de continuar por mais dez a 15 anos e terão de ser caseiras”.Nas declarações ao Financial Times, Subir Lall considera que é ainda cedo para falar da estratégia de saída do Programa de Assistência Económica e Financeira. O homem do FMI para Portugal estima que o início de 2014, quando forem testados nos mercados os títulos de dívida de maturidades mais extensas, será “um bom ponto para ver o que os investidores dizem”.
“Mudar a forma como a economia responde e ultrapassar a inércia requer um esforço contínuo e terá de ser feito independentemente do partido político que estiver no poder”, vinca o responsável do Fundo, que não deixa de repetir a sua confiança quanto às alternativas que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas está obrigado a encontrar para reagir a futuras declarações de inconstitucionalidade de medidas de impacto orçamental.
Subir Lall não se coíbe de advertir que quaisquer “medidas alternativas” comportam “sempre um risco” de serem “as segundas melhores em termos de promoção do crescimento económico e do emprego”.Um “surpreendente ajustamento”
Apesar dos avisos, Subir Lall ensaia um elogio ao ajustamento orçamental português, avaliando como “surpreendente” a redução do défice primário em 6,75 por cento do Produto Interno Bruto em menos de três anos.
“Dois terços do ajustamento necessário já foram alcançados. A restante consolidação terá lugar em 2014 e 2015, o que significa que o ritmo de consolidação será muito mais brando do que em 2011 e 2012”, argumenta.
Ainda assim, contrapõe Lall, o crescimento económico a longo prazo estará condicionado a uma mudança do “sector não-transacionável para o sector transacionável”.
Também entre os “desafios” de maior escopo traçados ao Financial Times pelo chefe da missão do Fundo Monetário Internacional estão a flexibilização adicional do mercado de trabalho e a recomposição de um sector público tido por “ineficaz”. A somar às respostas que o Fundo exige para a alavancagem bancária, os custos dos portos e da energia e um sistema judicial visto como lento.
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