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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

SABIA QUE....


Maria Teresa Horta lembra-se bem daquela noite terrível. A escritora portuguesa acabara de sair de casa. Um carro acendeu as luzes. Ela começou a andar, à procura de um táxi, mas deteve-se. "Vejo que o carro avança, tenta atropelar-me, eu fujo para dentro do passeio, ele pára mais adiante." Dois homens saíram do carro. "Correram para mim, deitaram-me ao chão. E começaram a bater com a minha cabeça no chão e a dizer uma frase espantosa que era 'isto é para tu aprenderes a não escreveres como escreves'."
Um passante foi em socorro de Maria Teresa Horta. Levou-a ao hospital, porque ela estava a sangrar. Os agressores fugiram. Maria Teresa Horta acabara de escrever o livro de poesia "Minha Senhora de Mim", que era, nas palavras da autora, "uma escrita de erotismo, uma escrita dos sentidos, uma escrita que ainda não se tinha visto em Portugal. Que era uma mulher a falar do seu corpo, a falar do corpo do homem."
Eram os inícios dos anos setenta. O ditador fascista português António Salazar já morrera, mas o seu sucessor, Marcello Caetano, deu seguimento à linha conservadora do regime.

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