Há pouco tempo alguns ideólogos do patronato reacionário português a propósito da Autoeuropa falaram muito do “modelo alemão” de liderança, de funcionamento das empresas alemãs, da organização dos horários de trabalho e de competividade aplicada tanto no interior do País como no exterior. Quase nos faziam crer que o trabalhador alemão era solidário com formas extremas de sua própria exploração e que por isso deveria ser imitado.
Sabemos hoje que patrões das principais empresas alemães e o mais forte sindicato alemão puseram fim a um braço-de-ferro laboral, com greves e negociações permanentes, com um acordo que prevê uma jornada laboral de 28 horas semanais para quem tem filhos menores, familiares doentes ou idosos, um aumento salarial de 4,3% e participação nos lucros das empresas.
A aplicação das medidas aceites pelo IG Metall (que representa 3,9 milhões de trabalhadores alemães) e pelo patronato vai estender-se por um período de 27 meses.
Ficamos a saber que o verdadeiro “modelo alemão” não comporta a ultrapassagem do direito do trabalhador á fruição do descanso, e da família nem se baseia em salários baixos. E que a luta por direitos não fica á porta das empresas. Tal como o sindicato.
CR
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