A lagarta do pinheiro é um inseto que ataca esta árvore enfraquecendo-a e provocando-lhe a morte. Porém, caso entre em contacto com humanos, tem também efeitos nocivos, como irritações na pele, nos olhos e no aparelho respiratório, enfraquecimento e vertigens. No caso de cães e de outros animais, o contacto com a Thaumetophoea pityocampa pode ser fatal, alerta a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Nos últimos anos têm-se observado ataques de elevada intensidade desta praga, facto que se atribui principalmente às condições climáticas verificadas, frisa a DGS.
As lagartas vivem em ninhos provisórios que vão sendo abandonados até à formação de um ninho definitivo (ninho de inverno), onde se protegem das baixas temperaturas. Estes ninhos têm um aspeto de novelo de seda, facilmente identificáveis nas copas dos pinheiros, onde as lagartas permanecem em crescimento ativo.
"Nas escolas e outros locais onde estejam presentes crianças, deve-se impedir o seu acesso à zona das árvores atacadas, sobretudo na altura em que as lagartas descem da árvore", assevera a DGS.
Dependendo das condições climatéricas, geralmente entre os meses de janeiro e abril, as lagartas descem dos pinheiros formando as designadas procissões. As processionárias abandonam o pinheiro para se enterrarem no solo, na sequência do seu ciclo de desenvolvimento, deixando o seu hospedeiro em fila como uma procissão (daí o seu nome).
Vulgar em Portugal
A Thaumetophoea pityocampa encontra-se disseminada por todo o território português devido à presença alargada de pinheiros de Norte a Sul e ilhas. Esta praga, além do pinheiro bravo, ataca igualmente outros pinheiros: o silvestre, o laríceo, o manso, o insígne, e o pinheiro de alepo, assim como Cedrus Atlântica, Cedrus Deodara e Cedrus do Libano.
Estas lagartas possuem oito receptáculos com cerca de 100.000 pêlos urticantes e ao moverem-se abrem esses receptáculos libertando milhares de pêlos, o que aumenta a possibilidade de intoxicação da pessoa ou animal que entrar em contacto com esta espécie. Os pêlos agem como agulhas, injetando as substâncias tóxicas na pele ou mucosas. As crianças, por brincadeira, e os cães são os principais afetados.
A processionária pode originar graves problemas de saúde pública, devido à sua ação urticante, que provoca alergias no homem e animais domésticos.
Por isso, caso detete ninhos em pinheiros da sua propriedade, estes deverão ser destruídos. Os ninhos devem ser queimados com os cuidados necessários, já que os fumos da combustão são igualmente tóxicos.
O que fazer em caso de contacto com o animal?
Caso tenha sintomas de prurido, prurido ocular, espirros, dificuldades respiratórias, náuseas, vómitos, sensação de desmaio ou outras manifestações associadas, o recomendado é ligar para a linha SNS 24 ou dirigir-se a uma unidade de saúde, informa a DGS.
Não deve aplicar pomadas ou tomar qualquer medicamento. Se quiser, pode lavar ou passar água na zona afetada para aliviar os sintomas.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas resultantes do contacto com os pelos urticantes traduzem uma reação alérgica cuja gravidade depende da intensidade da exposição e da sensibilidade individual:
Reação urticariforme: irritação cutânea com prurido (comichão), ardor, eritema (pele vermelha) e edema (inchaço). As lesões cutâneas têm características maculopapulares e podem ser acompanhadas de vesículas.
Irritação ocular: em tudo semelhante a uma conjuntivite com os olhos avermelhados, prurido e edema.
A inalação dos pelos pode desencadear tosse e dispneia (dificuldade respiratória) de gravidade variável. Os sintomas geralmente são transitórios (menos de 24 horas).
Cuidado com a roupa
As peças de roupa que entrarem em contacto com esta espécie terão de ser lavadas a altas temperaturas (maior ou igual a 60ºC) porque a proteína dos pêlos urticantes responsável pelas alergias – a taumatopoína – só é desnaturada a partir destas temperaturas.
Ou seja, a temperatura de lavagem normalmente usada, os 30 - 40º C não serve: ao vestir a roupa assim lavada corre-se o risco de ter nova reação alérgica.
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