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sábado, 1 de julho de 2017

Quem são as vítimas da "ilha da morte"?




Elise Dallemange, a mais recente turista encontrada morta em Koh Tao

Vários turistas morreram numa ilha tailandesa nos últimos três anos. Todos em circunstâncias diferentes e algumas mal explicadas

A morte da belga Elise Dallemange na ilha Koh Tao, na Tailândia, reacendeu os medos sobre este local, que já foi apelidado de "ilha da morte". Nos últimos três anos, morreram nesta ilha seis turistas - sete com Elise -. Uma outra turista russa está desaparecida desde fevereiro. Em todos os casos a atuação das autoridades tem sido criticada e a versão oficial é questionada pelos familiares das vítimas.
Elise Dallemange, de 30 anos, foi encontrada na floresta enforcada e parcialmente comida por lagartos a 27 de abril. A mulher estava a viajar pela Ásia há quase dois anos e meio e vivia num retiro de yoga, que era por muitos considerado um culto. Dez dias antes de ser encontrada morta, Elise disse que iria voltar para a Bélgica, segundo o Telegraph.

A polícia afirma que a mulher cometeu suicídio, mas a família de Elise não acredita. "Receamos que alguém esteja envolvido. Não aceito que a minha filha se tenha suicidado", disse Michele van Egten, mãe de Elise. "Não acredito no que a polícia nos contou", continuou.
O caso de Elise junta-se a uma longa lista de mortes de turistas ocorridas em Koh Tao nos últimos três anos. A ilha paradisíaca que atrai visitantes de todo o mundo ganhou mesmo o nome de "ilha da morte".
As mortes que mais chamaram a atenção foram a dos jovens britânicos Hannah Witherige, de 23 anos, e David Miller, de 24 anos. Os dois foram agredidos quando voltavam para o hotel e encontrados mortos na praia, a 15 de setembro de 2014. A cena do crime foi descrita como chocante pelos media e exames comprovaram que Hannah tinha sido violada, segundo o Mirror.

No início de outubro de 2014, a polícia da Tailândia deteve três migrantes birmaneses suspeitos de terem assassinado os jovens turistas britânicos, dos quais dois admitiram o crime e foram condenados à morte. No entanto, os dois homens - Zaw Lin e Win Zaw - disseram depois que tinham sido torturados para confessar os crimes.

As circunstâncias das mortes dos outros turistas são diferentes. Algumas das mortes foram consideradas suicídios, outras não tinham evidências de crime. Em comum, estão sempre as críticas à polícia.
Segundo a polícia, o turista inglês Nick Pearson, de 25 anos, morreu afogado após ter caído de uma falésia de 15 metros na noite de passagem de ano, para 2014. Os pais de Nick, que também estavam em Koh Tao nesta altura, acreditam que o filho foi assassinado e acusam a polícia de encobrir este crime, segundo o Asian Correspondent.

A 1 de janeiro de 2015, um turista francês foi encontrado enforcado no bungalow onde estava hospedado, conta também o Asian Correspondent. A morte de Dimitri Povse, de 29 anos, foi declarada um suicídio pela polícia, mas o caso ganhou cobertura mediática quando surgiram na internet fotografias do francês com as mãos amarradas atrás das costas.

A britânica Christina Annesley também foi encontrada morta em janeiro de 2015. A versão divulgada é que a jovem de 23 anos morreu porque misturou antibióticos com álcool, mas os pais de Christina dizem que nunca foi feito nenhum exame toxicológico para determinar a causa da morte, segundo o Mirror.

Outra das vítimas britânicas da ilha foi Luke Miller, de 27 anos. A 8 de janeiro de 2016, o jovem foi encontrado morto na piscina do hotel onde estava hospedado e a polícia concluiu que Luke morreu afogado, segundo a BBC. Luke tinha ido para a Tailândia a 22 de dezembro e escrevia frequentemente nas redes sociais que estava a ter as férias da sua vida e a aproveitar ao máximo.

A polícia parou de investigar o caso pois não encontrou sinais de que se tratou de um crime, mas a família de Luke critica as autoridades por apresentar constantemente "versões diferentes" do que aconteceu.

No fim da lista das vítimas, aparece o nome da turista russa Valentina Novozhyonova. A jovem de 23 anos não foi dada como morta mas está desaparecida desde fevereiro. Segundo o The Sun, Valentina fez check-in no hotel a 11 de fevereiro e deveria ter abandonado a ilha no dia 16 do mesmo mês, mas desapareceu antes. Quando funcionários do hotel entraram no seu quarto encontraram o seu telemóvel, passaporte e máquina fotográfica. As buscas pararam após três semanas.

O jornal local Chiangrai Times afirma que a turista tinha problemas psicológicos, citando a polícia, e que as autoridades não conseguem confirmar se a jovem está viva ou morta.

Estas mortes podem não estar relacionadas, mas criam um clima de insegurança e desconfiança. Este mês, as autoridades tailandesas criticaram um relatório do Fórum Económico Mundial que assinalava este país como um dos mais perigosos para turistas. O ministro dos negócios estrangeiros Busadee Santipitaks disse que os dados do fórum estavam desatualizados e eram tendenciosos, logo não refletiam a verdadeira situação do país, segundo o Asian Correspondent.

Segundo o Telegraph, morrem cerca de 80 britânicos por ano na Tailândia, especialmente nas zonas turísticas.






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