Como é sabido, na sua onda privatizadora, o governo PSD/CDS (com a cumplicidade do PS) procedeu à venda da PT/Meo à Altice. Os trabalhadores, o seu movimento sindical e o PCP estiveram frontalmente contra, protestaram e lutaram para impedir a alienação desta empresa estratégica com consequências devastadoras para o País.
Apanhado o valioso património, a multinacional Altice lançou uma gigantesca operação de chantagem e assédio sobre os trabalhadores da PT. Para maximizar lucros, decidiu despedir alguns milhares porque, contas feitas, considerou que se despedisse 3000 trabalhadores e descartasse as responsabilidades com outros tantos pré-reformados aumentaria fabulosamente os seus lucros.
E, seguindo o princípio caceteiro não vai a bem, vai a mal, passou à chantagem e à pressão.
Os trabalhadores da PT, por sua vez, não ficaram de braços cruzados e desencadearam um processo de luta, que incluiu a greve da passada sexta-feira (com forte adesão), que se mostram dispostos a continuar em defesa dos seus postos de trabalho.
Com o andar deste processo vão-se tornando cada vez mais claros aspectos que importa relevar: primeiro, que só pela luta é possível derrotar esta acção fraudulenta da Altice; segundo, que, nesta luta, os trabalhadores poderão sempre contar com o apoio, a solidariedade e a intervenção do PCP que não regateia esforços para defender os seus interesses e direitos; terceiro, que o Governo tem ao seu alcance instrumentos para travar esta fraude, mesmo no quadro das leis vigentes e, portanto, não se pode desresponsabilizar; quarto, que não é de estranhar que as preocupações do PSD e do CDS não estejam com os trabalhadores mas sim com a Altice (que consideram a verdadeira vítima – desgraçadinha, dá dó vê-la assim injustiçada!); quinto, que por mais que a ideologia dominante afirme o contrário, os partidos não são todos iguais; sexto, que razão tem o PCP quando insiste na necessidade do controlo público sobre os sectores estratégicos.
E, claro, que a luta vale sempre a pena, por maiores que sejam os seus custos.
Manuel Rodrigues
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