Presas queimadas foram apreendidas em operações contra tráfico ilegal; presidente do país pedirá banimento do comércio de marfim no continente
O Quênia queimou 105 toneladas de marfim de elefantes e uma tonelada de chifres de rinocerontes neste sábado (30/04) em maior ato da história mundial, promovido pelo presidente queniano, Uhuru Kenyatta, para tentar combater o tráfico de marfim na África e proteger os elefantes e rinocerontes do continente.
De acordo com o Serviço de Vida Selvagem do Quênia, as presas, divididas em 11 pilhas e apreendidas em operações contra o tráfico ilegal de marfim, chegam a valer até US$ 105 milhões (aproximadamente R$ 360 milhões) no mercado negro e pertenceram a mais de oito mil elefantes e cerca de 343 rinocerontes.
Quênia queima 105 toneladas de marfim apreendidas em operações contra tráfico ilegal de presas de elefante
Quênia queima 105 toneladas de marfim apreendidas em operações contra tráfico ilegal de presas de elefante
“A altura destas pilhas marca a força de nossa determinação. Não diz respeito a ninguém, e eu repito, a ninguém o comércio de marfim, pois isto significa a morte de nossos elefantes e a morte de nossa herança natural”, defendeu Kenyatta durante a cerimônia, que contou com a participação de outros líderes africanos como Yoweri Musevini, da Uganda, e Ali Bongo, do Gabão.
“O Quênia está mostrando que para nós o marfim não tem valor a menos que esteja nas presas de nossos elefantes. Esta queima irá enviar a clara mensagem de que o comércio de marfim deve acabar e nossos elefantes devem ser protegidos. Eu acredito que o mundo irá se juntar a nós para acabar com este terrível sofrimento e salvar nossos animais para as futuras gerações”, disse Kenyatta, antes da queima. Ele ainda pretende pedir o banimento do comércio de marfim na África em setembro, quando ocorre a reunião internacional de vida selvagem na África do Sul.
O ato, contudo, não foi bem visto por todos. O Botswana, por exemplo, país que abriga metade da população de elefantes do continente, se opôs à queima e seu presidente não compareceu ao evento.
Presidente Kenyatta defende que queima mostra que marfim só tem valor quando nas presas de um elefante
Presidente Kenyatta defende que queima mostra que marfim só tem valor quando nas presas de um elefante
Além disso, o ambientalista queniano Michael Norton-Griffiths se mostrou preocupado com a atitude do presidente Kenyatta. “O problema é que é uma queima muito grande de marfim, 5% dos estoques globais do material, e quando você tira 5% do estoque de um mercado como este, algo vai acontecer”, disse ele à rádio BBC 4.
“Os traficantes verão 5% a menos de marfim disponível e sua resposta será ‘Eles estão levando isto a sério, nunca vão nos dar o marfim, então teremos que ir pegar mais dos elefantes’”, argumentou.
operamundi.uol.com.br
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