Massacre de Lídice
Cidade da Tchecoslováquia que deu origem ao nome foi palco de uma dos mais perversos crimes contra a humanidade
Hitler mandou remover de todos os mapas o nome que seria mais tarde resgatado como símbolo de resistência ao ódio: Lídice deixou de existir enquanto pequeno enclave no coração da antiga Tchecoslováquia e passou a denominar ruas, cidades, monumentos espalhados por todo o mundo. No Brasil um vilarejo do Rio de Janeiro, até então chamado Santo Antônio do Capivari, adotou em 1944 o nome Lídice.
A História – Em 27 de maio de 1942, quando viajava em seu carro para Praga, Reinhard Heydrich foi atacado por agentes tchecos que tinham sido treinados na Inglaterra, num dos mais audaciosos ataques da Segunda Guerra, denominado Operação Antropóide.
Escolhido por Hitler para governador da Tchecoslováquia ocupada (Reichsprotektor), e segundo homem no comando das SS*, Heydrich foi levado vivo para Praga, tratado por médicos alemães, mas morreu de septecemia, face aos ferimentos recebidos, no dia 04 de junho.
Depois de chamá-lo de “o homem com o coração de ferro” em um funeral com honras militares, Hitler ordenou uma pesada vingança iniciada com a caça e o assassinato de agentes tchecos, membros da resistência, e qualquer um suspeito de estar envolvido na morte de Heydrich, totalizando mais de 1000 pessoas. Além disso, 3000 judeus foram deportados do gueto de Theresienstadt para o extermínio. Em Berlim, 500 judeus foram presos, com 152 executados em represália no dia da morte de Heydrich.
No dia 10 de junho, em um dos atos mais infames da Segunda Guerra Mundial, a aldeia de Lídice foi cercada e todos os 172 homens e meninos com idade acima de 16 da aldeia foram mortos. Mulheres e crianças foram presas e levadas para trabalhos forçados e o extermínio nos campos de concentração de Ravensbrück e Gneisenau, onde a grande maioria morreu.
O MASSACRE
A aldeia de Lídice foi então destruída com explosivos, e, em seguida, completamente nivelada. Não sobrou uma parede em pé, não permaneceu nenhum traço da antiga aldeia.
Em 18 de Junho de 1942, os três resistentes tchecos que eliminarm Heydrich foram encurralados na cripta de uma igreja ortodoxa, em Praga, e após um duro combate mortos. A República Tcheca só foi libertada em Maio de 1945, pelo Exército Soviético.
As tropas alemãs chegaram à aldeia pouco depois da meia-noite e cercaram-na. Todos os homens com mais de quinze anos – eram 173 – foram separados das mulheres e das crianças, colocados num celeiro na quinta dos Horák e fuzilados em pequenos grupos nesse mesmo dia. Quando já havia uma pilha de mortos os que se seguiam eram obrigados a subir para cima da pilha para serem fuzilados. Para que não restasse algum sobrevivente, foram aos hospitais à procura de habitantes internados e mataram-nos. E até foram ao requinte de ir à pocura de um homem que, tendo mudado de turno na fábrica, não estava na aldeia. Fuzilaram-no. Não satisfeitos com esta matança, exumaram os cadáveres do cemitério. Lidice não só não poderia ter sobreviventes, como das famílias não poderia haver memória.
Três dia depois as mulheres foram separadas dos seus filhos. Destes, a larga maioria foi assassinada por asfixia no campo polaco de Chelmno, com gas carbónico que emanava de camionetas adaptadas, a primeira forma de extermínio. As mulheres foram enviadas para o campo de Rawensbruck onde a grande maioria viria a morrer de tifo e exaustão.
Três dia depois as mulheres foram separadas dos seus filhos. Destes, a larga maioria foi assassinada por asfixia no campo polaco de Chelmno, com gas carbónico que emanava de camionetas adaptadas, a primeira forma de extermínio. As mulheres foram enviadas para o campo de Rawensbruck onde a grande maioria viria a morrer de tifo e exaustão.
Mas a vingança perversa, cruel e odiosa não estava consumada. Os nazis tinham decidido riscar Lidice do mapa, no sentido literal e não figurado. Lançaram fogo à aldeia, depois dinamitaram as casas e arrasaram tudo com tractores. Até as árvores, mesmo as queimadas, foram arrancadas pela raíz. Por fim, espalharam grãos pelo chão de toda a área para transformá-lo em pasto. Da aldeia nada ficou e até o seu nome foi riscado dos mapas da Europa. Até ao final da guerra esteve vedado o acesso a toda a área. A pequena aldeia de Lezaky, vizinha de Lidice, também foi destruída e os seus habitantes executados.
A vingança alemã causou perto de 1500 mortes em toda a Checoslováquia.
A maior parte dos acontecimentos de Lidice foram filmados pela tropas nazis, porque, contrariamente ao que sucedeu com outros crimes de guerra que cometeram e que mantiveram em segredo, a propaganda nazi fez questão de propagandear os acontecimentos de Lidice, como uma ameaça e um aviso à população da Europa ocupada. A notícia causou uma onda de terror e indignação mundial e a propaganda britânica aproveitou o facto para difundir os crimes do III Reich.
Lidice tornou-se um símbolo da crueldade nazi e um pouco por todo o mundo cidades e vilas receberam o seu nome, para que jamais fosse esquecida, como era a intenção de Adolf Hitler. Muitas mulheres nascidas no pós-guerra também receberam o nome de Lidice.
A vingança alemã causou perto de 1500 mortes em toda a Checoslováquia.
A maior parte dos acontecimentos de Lidice foram filmados pela tropas nazis, porque, contrariamente ao que sucedeu com outros crimes de guerra que cometeram e que mantiveram em segredo, a propaganda nazi fez questão de propagandear os acontecimentos de Lidice, como uma ameaça e um aviso à população da Europa ocupada. A notícia causou uma onda de terror e indignação mundial e a propaganda britânica aproveitou o facto para difundir os crimes do III Reich.
Lidice tornou-se um símbolo da crueldade nazi e um pouco por todo o mundo cidades e vilas receberam o seu nome, para que jamais fosse esquecida, como era a intenção de Adolf Hitler. Muitas mulheres nascidas no pós-guerra também receberam o nome de Lidice.
Ergue-se hoje no local da primitiva aldeia um imenso Memorial, constituído por um parque verde, um monumento às crianças assassinadas e um Museu onde sobressai um mural com os nomes de todos os habitantes, outro com as fotografias dos homens e, ainda, a porta da igreja, única testemunha deste massacre sem par. A simplicidade do museu e o seu despojamento quase total, a lembrar o vazio de Lidice, esmaga-nos.
IMAGEM DO MONUMENTO ÁS CRIANÇAS DE LÍDICE
IMAGENS DE LÍDICE NUM MUSEU DA REPÚBLICA CHECA
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