1. Ameaça à democracia:
O TTIP dará às corporações o poder de processar os estados (mas não o contrário) sobre decisões que afectem os seus lucros, pondo em causa decisões democráticas tomadas na salvaguarda do interesse público (ISDS).
2. Ameaça aos serviços públicos:
O TTIP criará novos mercados nos serviços públicos que levam á liberalização e à privatização. Tornar-se-á muito difícil fazer esses serviços regressar ao controle público. E isso inclui as águas, a energia, os resíduos, etc.
3. Ameaça à segurança alimentar:
Através da harmonização dos regulamentos alimentares, os padrões europeus serão rebaixados ao nível americano. Serão removidas as restrições europeias sobre OGMs, pesticidas, produtos tóxicos, carne com hormonas, entre outros.
4. Ameaça ao ambiente:
O TTIP obrigará à harmonização dos regulamentos ambientais em linha com as normas americanas, permitindo, por exemplo, o fracking no Reino Unido e no resto da Europa.
5. Ameaça ao clima:
Com o reforço dos direitos dos investidores, o TTIP permitirá às corporações processar os governos por prosseguirem políticas públicas que deixem os combustíveis fósseis no subsolo.
6. Ameaça aos direitos dos trabalhadores:
Estes poderão ser reduzidos aos padrões americanos, ao mesmo tempo que a concorrência colocará os EUA e a UE no ponto mais baixo da regulação laboral.
7. Ameaça à privacidade pessoal:
Fugas de informação comprovam que o TTIP será usado para reintroduzir elementos centrais do ACTA, projecto já rejeitado pelo Parlamento Europeu, na sequência de largos protestos populares. Tal permitirá aos fornecedores de serviços NET espiar e comercializar os dados dos utentes.
8. Ameaça ao controle financeiro:
Com o TTIP pretende-se remover muitos dos controles financeiros (como salvaguardas bancárias) introduzidos desde 2008, no sentido de prevenir futuros desastres financeiros.
9. Negociações secretas:
Enquanto que os lobbies corporativos desempenham um papel muito activo nas negociações, o público tem sido arredado. Não existe qualquer acesso público ao texto da negociação. Muito do que sabemos hoje advém de fugas de informação.
10. Um perigoso modelo para o resto do mundo:
Se o TTIP for aprovado, os países periféricos e do sul ficarão sob uma enorme pressão para aplicar os padrões desse tratado para não perderem oportunidades comerciais. Os lobbies corporativos não escondem o seu objectivo de criar convergências globais baseados nos padrões euro-americanos. Isto forçará a adopção de políticas de livre-comércio por parte de países mais pobres que nem sequer participaram nas negociações.
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