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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Estado Islâmico mostra como destruiu templo com dois mil anos - Baal Shamin. Assim se chamava o templo com mais de 2 mil anos, um dos mais importantes de Palmira. A sua destruição foi agora confirmada pelo Estado Islâmico, através de fotografias nas redes sociais







Os extremistas do autoproclamado Estado Islâmico (EI) divulgaram imagens do que descreveram como sendo adestruição do templo de Baal Shamin. As fotografias foram colocadas nas redes sociais, utilizando contas ligadas ao EI, e vêm confirmar a denúncia, feita no domingo pelo chefe do Departamento de Museus e Antiguidades daquela cidade, Maamoun Abdulkarim, de que os jihadistas tinham destruído um dos mais importantes monumentos de Palmira. Conhecida como a “pérola do deserto”, a antiga cidade de origem romana tinha um conjunto monumental de ruínas classificados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Património Mundial da Humanidade em 1980.
Domingo, Abdulkarim revelara que, depois do ato bárbaro, “a área central do templo ficou destruída e as colunas que a rodeavam colapsaram”. As imagens agora reveladas parecem confirmar este triste diagnóstico do grau de destruição provocado pelos extremistas.
A picture taken on March 14, 2014 shows the external courtyard of the sanctuary of Baal in the ancient oasis city of Palmyra, 215 kilometres northeast of Damascus. From the 1st to the 2nd century, the art and architecture of Palmyra, standing at the crossroads of several civilizations, married Graeco-Roman techniques with local traditions and Persian influences. AFP PHOTO/JOSEPH EID (Photo credit should read JOSEPH EID/AFP/Getty Images)
Uma imagem de Março de 2014 do templo de Baal Shamin
Recorde-se que Baal Shamin foi construído em 17 A.C. (antes de Cristo) e foi ampliado no reinado do imperador romano Adriano, em 130 D.C. Palmira, que significa a cidade das palmas, situa-se 210 quilómetros a nordeste de Damasco e, desde que a conquistaram, os militantes do Estado Islâmico têm vindo a destruir vários tesouros históricos, incluindo igrejas e santuários, por considerar que estes locais são hereges.
Ainda a semana passada o EI tinha destruído, utilizando “bulldozers”, o mosteiro de Mar Elian, em Al-Qaryatain, localidade da província de Homs.




Também nessa semana foram divulgadas pelo EI imagens dadecapitação de um dos maiores especialistas dos tesouros arqueológicos de Palmira, Khaled al-Assad, de 82 anos. O seu corpo foi depois pendurado num poste nas ruas da cidade, pelos pés, com a cabeça pousada no chão sob um cartaz de propaganda. Khaled al-Assad era o antigo responsável pelas antiguidades e pelos museus de Palmira e ajudou a preservar os tesouros arqueológicos da cidade durante meio século.



Condenação pela UNESCO

A destruição do templo de Baal Shamin é um “crime de guerra”, declarou terça-feira a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). “Os autores deverão responder pelas suas ações”, afirmou em comunicado a diretora-geral da Unesco. Irina Bokova, citado pela agência noticiosa France Presse (AFP), em que se apela à comunidade internacional “para que continue unida contra esta purificação cultural”.
Para Irina Bokova, “o Daesh [acrónimo árabe depreciativo para o EI] mata as pessoas e destrói o património, mas não pode silenciar a História e não conseguirá apagar esta grande cultura da memória do mundo”. “Apesar dos obstáculos e do fanatismo”, acrescenta, “a criatividade humana vai prevalecer, os edifícios e o património serão restaurados e alguns deles serão reconstruídos”.
O EI considera o património religioso pré-islâmico, especialmente as estátuas, como expressões de idolatria, terminantemente proibida pela teologia islâmica que o grupo reclama seguir. Não hesita por isso em destruí-los, o que agrava a devastação num país onde, segundo a ONU, mais de 300 locais históricos foram danificados, destruídos ou pilhados ao longo do conflito que dura há mais de quatro anos.
Mas os métodos bárbaros do Estado Islâmico não se ficam por estas destruições ou pelas execuções de reféns ocidentais. A população das zonas ocupadas está submetida a um regime implacável que não hesita em crucificar ou decapitar, em espectáculos públicos, os que acusa de serem espiões ou terem “insultado Alá”.

observador.pt

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