Do alto da altaneira estatura de deputado do Parlamento Europeu - que, como toda a gente sabe, tanto jeito dá a Portugal e à maior parte dos países do continente enfermo -, Rangel rangeu a esplendorosa cremalheira para nos dizer que nunca, num governo PS, estaria um antigo primeiro-ministro sob investigação ou o maior banqueiro do país em prisão domiciliária.
Então e a separação de poderes, Rangel? São os governos que decidem quem é preso e quem é investigado? Ou, descaindo-se, terá vindo Rangel confirmar que alguns dos processos em curso foram levados a cabo sob batuta, inspiração ou decisão governamental?
Muitos já suspeitavam. Eu tinha quase a certeza e agora não tenho dúvidas, a exemplo do Presidente residente em Belém. Tal como sei que, sob os governos PS, as gentes do PSD ligadas ao BPN, algumas bem gradas, escaparam incólumes. E que outros processos, muitos, envolvendo figuras do antigo PPD e do CDS actual PP, nunca passaram de águas de bacalhau. Continuam aliás a cheirar mal, a peixe podre, a caneiro, a cloaca.
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