Um indivíduo que Polícia Judiciária referencia como diretor de departamento do Benfica foi apanhado com 9,5 quilos de droga em carro do clube.
PEDRO ROCHA/GLOBAL IMAGENS
PJ chamou a esta investigação "Operação Porta 18"
A Polícia Judiciária fez buscas em instalações do Benfica, no Estádio da Luz, e deteve um indivíduo referenciado pelos investigadores como sendo diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores encarnados, que viajava num automóvel do clube e tinha em seu poder 9,5 quilogramas de cocaína. A operação policial ocorreu no final de julho, no culminar de oito meses de investigação da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, mas passou publicamente despercebida.
Questionado ontem à noite pelo JN, o diretor de comunicação do Benfica, João Gabriel, quis declarar "apenas que é um problema da justiça com o cidadão José Carriço. Nada a ver com o Benfica", sublinhou. A brevidade desta primeira reação do clube não deverá impedi-lo, entretanto, de ir mais além na sua defesa, alegando, concretamente, que José Carriço já não era funcionário nem diretor do Departamento de Apoio aos Jogadores do Benfica quando foi detido.
Para o Ministério Público de Sintra, que é titular do inquérito criminal, e para os investigadores da UNCTE, é clara a ligação de José Carriço ao Benfica. A investigação, que inclui escutas telefónicas, atribuir-lhe-á funções de liderança no departamento que ajuda os novos jogadores do Benfica em questões burocráticas ou logísticas, como arranjar casa e carro, e proximidade ao presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
Colombianos na Luz
A investigação foi iniciada no final do ano passado e, neste período, incluiu ações de vigilância. Em mais de uma dezena de ocasiões, terá sido registada a entrada de cidadãos de nacionalidade colombiana no Estádio da Luz, a pretexto de reuniões e encontros com José Carriço, consideradas relevantes para a investigação. Segundo as informações recolhidas pelo JN, aquelas entradas faziam-se pela porta n.º 18 do estádio, o que inspirou os investigadores da PJ na escolha do nome da operação concretizada no final de julho: Porta 18.
Nesta operação, José Carriço foi detido na A1 (Autoestrada n.º 1). Seguia com outro indivíduo num automóvel do Benfica, tendo-lhes sido apreendidos 9,5 quilogramas de cocaína. Ao mesmo tempo, inspetores faziam buscas no gabinete ocupado por José Carriço no Estádio da Luz
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