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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Resposta ao seu anúncio para coligação governamental


pandeireta
Exmo Senhor Doutor António José Seguro,
Espero que esta missiva o encontre de boa saúde.
O meu nome é Paulo Portas e sou líder do CDS. Penso que me reconhecerá da televisão, embora ande desaparecido nos últimos 2 anos. Fui também líder do partido da lavoura, do partido dos embriões, do partido dos feirantes, do partido da lavoura outra vez, do partido dos contribuintes e, mais recentemente, do partido dos reformados. Ando neste momento em busca de um novo desafio profissional.
Tomei conhecimento desta oportunidade de coligação através do seu anúncio na cantina do parlamento (por falar nisso, o senhor doutor fica muito bem com o bigode que o João Galamba pintou nos seus anúncios). Ao contrário de outros candidatos, todos nós no partido temos o PS em grande consideração. Temos inclusivamente créditos firmados na sua organização. Como os camaradas Freitas e Basílio comprovam, somos capazes de nos integrar facilmente na cultura do seu partido.
Para além da nossa capacidade de integração, somos também bastante próximos ideologicamente, o que facilitará uma potencial coligação. Nós, como o PS, desejamos mais tempo para pagar a dívida. Nós, como o PS, fomos contra cortes nas reformas. Nós, como o PS, queremos rever os prazos da troika. Nós temos sido a consciência de esquerda deste governo, defendendo no conselho de ministros, o que o PS defende em público. Foram os nossos ministros que travaram a fúria anti-despesista austeritária do ministro Gaspar. Sem nós, teria sido o caos neo-liberal Como vê, a ideologia não será um obstáculo, antes pelo contrário. Mas mesmo que fosse, nós não hesitaríamos em mudá-la. Que fique bem claro: jamais permitirei que a ideologia seja um obstáculo à nossa entrada num governo.
Finalmente, gostaria de realçar a nossa experiência governativa: somos o segundo partido, ex-aequo com o PSD, com mais anos de no governo neste milénio. Apesar do recente sucesso, ainda temos bem presente na nossa memória a década negra de 90 que quase nos destruiu. A fome era tanta que um dos nossos membros chegou a prostituir-se por um queijo. Apelo ao seu bom coração para não nos deixar chegar novamente àquele estado. As nossas famílias já se habituaram a este estilo de vida e será duro regressar aos negros anos da oposição sem cargos governativos. Como sabe, por estes dias, nem um pé de meia se pode juntar enquanto estamos no governo sem que os jornalistas se intrometam (aproveito para agradecer a sua discrição com o caso dos submarinos que, como acordado, retribuiremos).
Segue o meu CV em anexo. Chamo-lhe a atenção para o facto de ser em formato europeu que, desde que descobri, não quero outra coisa.
Do todo seu,
Paulo Portas

PORTUGAL CONTEMPORÂNEO 

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