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terça-feira, 5 de março de 2013



Daniel Oliveira abandona Bloco de Esquerda



Militante histórico comunicou hoje a decisão à Comissão Política, numa carta em que diz que o Bloco é hoje "um factor de bloqueio, alimentando-se e alimentando o sectarismo" e onde afirma que Francisco Louçã, "o coordenador anterior, não desistiu de continuar a coordenar".



Daniel Oliveira deixa o Bloco, onde esteve 14 anos, desde a sua fundação
Militante histórico comunicou hoje a decisão à Comissão Política, numa carta em 
que diz que o Bloco é hoje "um factor de bloqueio, alimentando-se e alimentando 
o sectarismo" e onde afirma que Francisco Louçã, "o coordenador anterior, não 
desistiu de continuar a coordenar, sem ocupar o cargo, o Bloco de Esquerda".

Daniel Oliveira, abandonou hoje a militância do Bloco de Esquerda, partido onde estava 
desde a fundação, há 14 anos. A carta onde anuncia a decisão foi enviada esta tarde 
para a Comissão Política e para a Comissão de Direitos do Bloco de Esquerda. 
Daniel Oliveira, que não apoiou a direcção eleita no última Convenção - que elegeu 
João Semedo e Catarina Martins -,  e não aprovou a moção política vencedora, 
decidiu agora sair do Bloco por não terem disso dado "sinais no combate ao 
sectarismo que, nos últimos anos, foi tomando conta do Bloco de Esquerda". "O sectarismo interno, que enfraqueceu o partido 
e o seu debate democrático, e o sectarismo externo, que tem impedido o Bloco de ser, como sempre quis ser, um factor de 
convergência e reconfiguração da esquerda portuguesa".

Defendendo, que depois da Convenção - que assinalou a saída da liderança de Francisco Louçã -, os sinais dados foram 
"exactamente os opostos", critica directamente a criação da nova corrente, que junta, entre outros, Loucã, Semedo e 
José Manuel Pureza. Uma corrente que, segundo Daniel Oliveira, pode ser hegemónica e transformar-se num "partido dentro 
do partido, que terá capacidade de definir sozinho as principais opções políticas e a 'distribuição de cargos' no Bloco". 
Segundo Daniel Oliveira, a criação desta nova corrente interna impedirá a "democratização da vida interna do Bloco" e mostra 
que o partido se "entretém com estes pequenos golpes palacianos", enquanto o país "se desmorona".

Daniel Oliveira, que é jornalista, colunista do Expresso e comentador residente do Eixo do Mal, acusa directamente Francisco Louçã 
de não ter desistido de "continuar a coordenar, sem ocupar o cargo, o Bloco de Esquerda", defendendo que este facto resulta
 "mais do que de características do próprio, da promoção de um certo culto da personalidade que deveria estar arredada" do Bloco. 
Explica ainda que as opções de "correntização do Bloco, de forma definitiva, a uma linha justa, o boicote premeditado a qualquer 
entendimento à esquerda e a continuação de uma lógica sectária na vida interna do partido (...) mantêm e reforçam os principais 
erros dos últimos anos". É por isso que afirma que o Bloco "é hoje um factor de bloqueio, alimentando-se e alimentando o sectarismo, 
competindo com o PCP nesse sectarismo, e querendo-se afirmar através do sectarismo".

Leia a carta abaixo (clik para ampliar)


1 comentário:

Anónimo disse...

Vai Daniel...Estamos cansados de te ver ser noticia. O Bloco é muito mais do que isso.E merece mais do que tu! O Bloco deu-te muito e recebeu muito pouco...