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sexta-feira, 15 de março de 2013


ALN




A Ação Libertadora Nacional (ALN) foi uma organização revolucionária brasileira com traços comunistas que se lançou contra o regime miliar em fins da década de 60. Seu principal líder Carlos Marighela fundou a organização em 1967 após romper com o Partido Comunista Brasileiro (PCB),. O grupo surgiu porque seus integrantes entenderam que só uma ação armada poria fim ao regime vigente, desta forma, entusiasmados pelo aparecimento de guerrilhas em vários países da America Latina e com o significativo livro publicado pelo escritor Frances Régis Debray, chamado Revolução na Revolução, o qual defendia o conceito de que:
“nas condições do mundo contemporâneo o papel dos partidos e das camadas sociais na construção de um movimento socialista revolucionário deveria ser examinado. Em razão disso esse movimento só poderia ter probabilidade de êxito a partir de um grupo armado que se estabelece-se em um ponto do País”
No mesmo ano de sua formação a ALN inicia ações para sua composição, através de assaltos a bancos, a carros pagadores, etc,  inclusive um assalto espetacular a um trem pagador da Santos-jundiaí. Atos como esses eram diariamente realizados com a finalidade de adquirir fundos para a militância.
Em sua maioria os participantes da ALN eram estudantes universitários. Dos quatro sequestros executados no País dois tiveram participação direta da ALN. O primeiro junto com o MR-8 onde as duas organizações assumiram a autoria do sequestro do embaixador norte americano, Charles Burke Elbrick em 04 de setembro de 1969. Com esse audacioso rapto conseguiram a libertação de 15 presos políticos, na ocasião a Aliança Libertadora Nacional divulgou uma carta à imprensa denunciando as torturas cometidas pela a ditadura. Dentre os presos liberados estava José Dirceu, na época líder estudantil.
O segundo sequestro foi o do embaixador alemão Ehrefield Von Holleban, este ultimo liberou 40 presos políticos.  Através de assaltos, sequestros e assassinatos a ALN chamou a atenção da mídia e, portanto dos militares. Há registros que destacam a eliminação de dissidentes dentro da própria organização. Todos esses fatos foram suficientes para reforçar a linha-dura na certeza de que a revolução estava arruinando o País e era preciso criar novos instrumentos para acabar com os subversivos. Em resposta a estes atos revolucionários os militares designaram para o comando do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) o delegado Sergio Paranhos Fleury; após intensa perseguição sem resultado arquitetou uma armadilha para prender o chefe da ALN. Seus agentes capturaram e torturaram integrantes da guerrilha até conseguir a confissão de onde estaria seu líder. Carlos Marighela foi morto em 4 de novembro de 1969 na Alameda Casa Branca na capital de São Paulo.
A partir do homicídio de Marighela, Joaquim Ferreira, conhecido como Toledo e também ex membro do PCB passa a liderar o aparelho até ser preso em 23 de outubro de 1970 onde teria sido torturado até a morte. Neste mesmo ano outro importante componente da organização é morto pelo DOPS, desta vez, Eduardo Collen Leite além de ter sido torturado teve seu corpo mutilado.
No ano seguinte um grupo de dissidentes que havia sido treinado em Cuba organizou um Movimento de Libertação Popular (Molipo), porém a maioria de seus combatentes foi exterminada em 1974. Depois disso a ALN apenas resistiu à coação do regime.
O único dirigente ainda vivo é Carlos Eugenio Paz que aos 17 anos se tornou participante na luta contra a ditadura, contudo, fugindo da repressão se exilou na frança em 1973 e permaneceu por lá até o ano de 1981. De volta ao Brasil publicou um livro contando a saga da guerrilha.

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