AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


Será legítimo?





 

New York Post publicou esta imagem, que está a causar uma enorme controvérsia. Depois de uma altercação, um homem foi lançado na linha do Metro. Um jornalista freelancer viu tudo e captou a imagem do homem que tentou, sem sucesso, escapar de uma morte certa. A filha da vítima disse (aqui) que deveriam ter feito mais para salvar o pai, mas acabou por concluir, resignada: «O que está feito, está feito». No meio da indignação geral, pairam várias perguntas: (1) o jornalista deveria ter tentado salvar o homem em desespero, em vez de captar uma imagem? (2) o jornal deveria ter publicado aquilo? A questão (1) discute-se jurídica e eticamente, no âmbito do debate sobre o alcance do dever de auxílio. A questão (2) está um pouco enviesada pelo facto de o jornal em causa ser um tablóide, que se defende aqui. Não houve dezenas de imagens de pessoas em queda das Torres Gémeas? Aqui pode dizer-se que não é a mesma coisa, que o fotógrafo poderia ter feito algo mais. Mas, então, isso é regressar à questão (1), a da omissão do dever de auxílio. Se o fotógrafo não tinha o dever de socorrer (por estar longe, por não ter tempo…) não vejo mal que o jornal tenha publicado a fotografia. Mas é uma opinião que desconhece todos os contornos do caso, um caso será certamente escrutinado pelas autoridades policiais e judiciais. A questão ética do uso de imagens violentas, essa, levar-nos-ia muito longe…

 António Araújo

Malomil

Sem comentários: