Guilherme Antunes
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REACCIONÁRIO “FIM DE MUNDO”
No mesmo dia em que era anunciada a brincadeira apocalipseana do “fim do mundo”, o recente embuste “in” da burguesia capitalista capitaneada por Nova Iorque, lançada com fins diversos, que se mistura no medo das populações e na humilhação irónica com que tratam as populações menos esclarecidas e mais aptas à menoridade de carácter de um sistema onde não se vislumbra nenhum elemento favorável, nenhuma tendência de humanismo.
Com efeito, serviu esta falsidade pateta de assacarem a uma previsão Maia, que jamais existiu, para criar um clima de medo e mesmo de terror em mentes defeituosas ou com um sistema de curto-circuito com as mais elementares falhas das normas do bom senso.
Por outro lado, uma parte dessa escumalha capitalista, apenas se interessou em vender a patacoada, mas encara-a com risota, com a desfaçatez imunda de uma pseudo superioridade sobre o gentio, que acreditam lhes vir do engajamento do acumular de capital através da “sem vergonhice”. Sentem-se bem, neste clima de “paz e amor”, em ter amedrontado, perdidos de riso, uma tanta gente (não interessa a quantidade) que devido à escassez da compreensão do seu próprio intelecto, estão sensíveis ao abalroamento sucessivo e fascista da mentira imposta à velocidade do som.
Dito isto, eis a boa notícia. Os verdadeiros descendentes dos Maias, não os seus antepassados mas, antes, homens e mulheres vivos, vindos das montanhas de Chipas, no México, trouxeram no mesmo dia 21 uma mensagem de rara actualidade e esperança. De vários municípios da região Sudeste, milhares de membros do EZLN, sigla do Exército Zapatista de Libertação Nacional, fizeram inúmeras marchas em variadas cidades. Até à véspera, o sigilo foi total. A marca que diferenciou estas manifestações foi o seu absoluto silêncio, não houve uma palavra de ordem, não houve cantares de combate ou de alegria na luta. Nada!
No final da tarefa executada com escrupuloso rigor revolucionário, apenas foi tornado público um comunicado oficial do Sub-Comandante Marcus: «Escutaram? É o som do vosso mundo a desmoronar. E o nosso a ressurgir. Como sabemos, os maias nunca falaram em “fim do mundo” (tampouco jamais conceberam essa ideia)».
Os ideais zapatistas aí estão, renovados, saindo do impressionante silêncio da marcha para nos falarem que há um mundo novo para construir. O Socialismo!
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