Deficientes vão passar mais dois dias frente à AR
Os 15 cidadãos com deficiência que passaram a noite frente à Assembleia da República (AR) em protesto contra os cortes nos apoios do Estado vão permanecer no local mais dois dias, o prazo dado por duas deputadas do PSD para lhes dar uma resposta quanto às suas exigências.
Reunidos frente à AR desde as 17:00 de terça-feira e depois de uma noite praticamente em branco ao relento, o grupo recebeu hoje a visita de duas deputadas do PSD, Maria Conceição Jardim Pereira e Maria das Mercês Borges, que ficaram de indagar determinadas questões para as quais ainda não tiveram resposta, disse ao Diário Digital o porta-voz do grupo, Jorge Falacto.
O grupo – cuja vigília foi convocada através das redes sociais - pertende garantir que todos os pedidos de apoio técnico e de produtos sejam deferidos (incluindo os que já foram recusados), e exige que os 6 milhões de euros atribuídos aos hospitais para financiar as ajudas técnicas cheguem ao destino, uma vez que dispõem da informação de que tal não aconteceu.
Questionam igualmente a situação na Madeira, onde não se verifica a atribuição de apoios aos dificientes, ao contrário do que a lei estipula: a atribuição de ajudas técnicas e produtos de apoio universal e gratuita para as pessoas com dificiência.
As deputadas do PSD disseram que vão averiguar aquelas situações e que darão uma resposta no prazo de dois dias, durante os quais o grupo promete não arredar pé, apesar das condições extremamente difíceis em que se encontra, segundo Jorge Falcato.
«Exigimos também ao PSD que seja coerente e reponha os benefícios fiscais que nos foram retirados em 2007 pelo governo de José Sócrates, tal como prometeu quando era oposição, altura em que chegou a fazer uma proposta nesse sentido», acrescentou.
O Ministério da Solidariedade e da Segurança Social (MSSS) anunciou hoje um reforço de 2,5 milhões de euros aos 9,5 milhões de euros já aprovados para as ajudas técnicas e produtos de apoio na área da deficiência.
O secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, esteve reunido esta manhã com a Associação Portuguesa de Deficientes (APD), um encontro do qual saiu «a decisão de um aumento de 2,5 milhões de euros para as ajudas técnicas, o qual pode chegar ainda aos 4,5 ME até ao final do ano», adianta o ministério em comunicado.
O grupo reunido em frente ao parlamento, «Os Deficientes Indignados» – apartidário e não alinhado, nas suas palavras - desconhecia o resultado do encontro, não tendo sido contactado pela APD.
«Estas pessoas são provavelmente as mais corajosas que já vi na vida, estarem aqui nestas condições...», disse ao DD Jel, dos Homens da Luta, que tem acompanhado a vigília «tentando animá-los um pouco nesta altura difícil».
Com acesso a uma casa de banho portátil que alugaram e dispondo apenas de mantas, o grupo tem contado com o apoio de familiares, amigos e de pessoas que ali váo espontanemente levar chá, bolos e água.
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