Os trabalhadores da Efacec, de Matosinhos, cumprem esta quarta-feira uma greve parcial de duas horas por turno, contra o despedimento colectivo em curso e em defesa dos postos de trabalho.
Convocada pela Comissão de Trabalhadores, após plenário, a greve de hoje tem como objectivo contestar o recente despedimento colectivo, anunciado a 10 de Maio, e que vai ser discutido quinta-feira no Ministério do Trabalho.
Além das paralisações, de duas horas por turno, entre as 9h às 11h e das 17h às 19h, decorrem concentrações de protesto junto à entrada das instalações. O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, esteve presente pela manhã.
Justificada com a «falta de trabalho» e «redução de encomendas», o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE Norte/CGTP-IN) afirma que tal não é verdade, apontando os «7,5 milhões de euros de lucro em 2017, um crescimento de 75% face ao último ano».Entre os 21 funcionários abrangidos pelo despedimento encontram-se cinco elementos das comissões de trabalhadores. A decisão surge depois de vários protestos e até de uma greve em Março, contra os despedimentos encapotados e as chamadas «listas», com nomes de trabalhadores escolhidos para «rescindir contrato» num clima de medo e represálias.
De acordo com Miguel Ângelo, dirigente do SITE Norte, apesar de ainda não ter dados definitivos, a adesão à greve está a ser «muito boa, em linha com os números da anterior, com mais de uma centena de trabalhadores presentes cá fora durante o turno da manhã».
«Este despedimento colectivo é injusto, vergonhoso e imoral e pode e deve ser travado. A actual administração tem vindo a enganar os trabalhadores, com a complacência do Governo, usando a figura de empresa em reestruturação», afirmou.
Presidente da Efacec mentiu a deputados
No passado dia 18 de Abril, o presidente da Efacec desmentiu que a empresa esteja a despedir trabalhadores e assegurou não haver qualquer processo selectivo de afastamento dos colaboradores mais reivindicativos.
Ângelo Ramalho – que falava na Comissão parlamentar do Trabalho e Segurança Social – garantiu que a Efacec «cumpre escrupulosamente a lei» e que «não está a despedir, mas a recrutar», lembrando que vai contratar 700 funcionários até 2020.
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