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domingo, 27 de maio de 2018

A MÃE DE PICASSO



A MÃE DE PICASSO
Quando terminou a ‘Guernica’, o génio chamou a mãe que estava de visita em Paris. Queria a opinião da ‘madrecita’, cujo ‘Dia’, o 1° domingo de Maio, só seria oficializado na Espanha duas décadas depois. Aos 82 anos, María Picasso y López chegou esbaforida depois de subir os cinco lances de escada do ateliê…
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Para mi madre
No dia 28 de abril de 1937, Picasso abriu o jornal L’Humanité e descobriu, horrorizado, as fotos de Guernica reduzida a cinzas. A cidade basca tinha sido bombardeada, dois dias antes, por 44 aviões da Legião nazista alemã, 13 aviões da aviação fascista italiana, como apoio ao golpe de Estado nacionalista espanhol.
O mestre havia recebido o pedido de um trabalho do governo republicano de Francisco Largo Caballero, para o pavilhão espanhol da Exposição universal de Paris daquele ano. Portanto, encomendou rapidamente uma tela gigante a Antonio Castelucho, artesão catalão que possuía, perto do bairro de Montparnasse, uma loja muito apreciada pelos pintores espanhóis exilados em Paris.
Em três dias, do dia 1 a 4 de Maio, ele cobriu a superfície do quadro febrilmente, sem descanso. Sofreu muito pensando e desenvolvendo o tema e as formas cubistas que pudessem relatar e, ao mesmo tempo, expressar – em claro-escuro – a dor dos habitantes de uma cidade destruída pela barbárie. Em seu cubismo, Picasso desconstruiu as formas, misturou-as, as associou e dissociou da mesma maneira que as bombas e os estilhaços. Ainda na força dos seus 56 anos, executou a pintura em preto e branco, com várias nuances de cinza, não se sabe se à óleo ou tinta industrial de parede, também fornecida por Castelucho. Queria um resultado sem brilho, que se aproximasse do aspecto das casas destruídas.
Quando terminou, o génio que, na verdade, chamava-se Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Mártir Patricio Ruiz y Picasso, chamou a mãe que estava de visita na cidade. Queria a opinião da “mamacita de su corazón” cujo “Dia”, o 1° domingo de Maio, só seria oficializado, na Espanha, duas décadas depois.
Imagem: Pablo Picasso, “Maria Picasso y Lopez”, 1916

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