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sábado, 31 de março de 2018

Margarida Tengarrinha - "Memórias de uma falsificadora" que ajudou Cunhal a fugir




Margarida Tengarrinha colocou em livro as recordações de quando vivia na clandestinidade e forjava identidades falsas para muitos militantes antifascistas não serem presos pela PIDE O livro tem como subtítulo "A Luta na Clandestinidade pela Liberdade em Portugal". Margarida Tengarrinha, antiga deputada do PCP, passou para livro as recordações de largos anos vividos escondida, na clandestinidade, quando trabalhava numa oficina de falsificação de documentos


SOM AUDIO







Era aluna finalista de Belas Artes quando foi convidada pelo Partido Comunista a entrar na clandestinidade.
Tinha por companheiro José Dias Coelho, também ele artista, pais das suas duas filhas e membro do Partido Comunista Português, assassinado pela PIDE em plena rua. Um episódio que ficou relatado por Zeca Afonso na música "A Morte Saiu à Rua".

VÍDEO
Ambos forjavam identidades e criavam documentos falsos para quem andava fugido à polícia politica."Nessa altura, Portugal era um país vigiado por uma polícia política feroz, experiente e com uma grande rede".
Margarida lembra-se de um trabalho em particular, a fuga dos presos de Peniche, onde se incluía Álvaro Cunhal. Os documentos falsos destes militantes comunistas foram elaborados nesta oficina de falsificação.
No livro "Memórias de uma Falsificadora", que acaba de ser editado pela Colibri, Margarida Tengarrinha recorda os disfarces de cada um dos fugitivos.
"Álvaro Cunhal estava muito louro, usava uns óculos com umas grossas armações, estava muito disfarçado", recorda.
Ela própria teve muitas vezes que usar uma identidade falsa para alugar diferentes casas. Neste livro, a autora faz uma homenagem a todos os que a ajudaram na clandestinidade. Muitos nem sequer pertenciam ao Partido Comunista. Uns acolheram-na nas suas casas, outros auxiliaram-na de alguma forma.
Margarida Tengarrinha, que vai fazer 90 anos no dia 7 de maio, ainda dá aulas na Universidade Sénior de Portimão.
Continua entusiasmada pela vida. "Foi uma vida plena", garante. Uma vida de luta por aquilo que considerava justo.
No livro essa vivência está expressa numa frase: "Éramos jovens e queríamos a liberdade".

www.tsf.pt


1 comentário:

Unknown disse...

Somos da mesma idade. Militei no Movimento Nacional Democrático onde conheci Carlos Aboim Inglês talvês com vinte anos de idade, numa reunião de delegados do distrito de Lisboa. E no MUD Juvenil, tendo por controleiro o Vasco Cabral, irmão de Amilcar Cabral.
Este livro relata dum modo muito especial o auxílio precioso prestado pelo povo anónimo aos resistentes anti-fascistas, desde dispondo a sua casa para reuniões clandestinas como até para acolhimento, embora temporário. Uma leitura a não perder.