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sábado, 28 de outubro de 2017

O capitalismo e a utilização de oxigénio





Não é preciso ser um génio do ambiente nem da economia para perceber que alguma coisa não está certa. Ora, na presença de uma actividade humana que emite toneladas de dióxido de carbono para o ar (na verdade não é bem emitir, é realizar a combustão do carbono, o que o liga a dois átomos de oxigénio que já estavam na atmosfera antes dessa reacção e é curioso que a massa atómica do carbono é 12g/mole e a do oxigénio é 16g/mole o que faz com que a combustão resulte numa molécula com 44g e que, apesar de apenas emitirmos 12g de carbono para a atmosfera, conta-se o peso de toda a molécula nas contas da doutrina dominante), os governos de todo o mundo, ao serviço de interesses muito próprios e todos eles económicos, promovem uma política de redução de emissões que até aqui tem fracassado.
Mas pensemos um pouco: ora se uma boa parte dos seres autotróficos, principalmente os que realizam a fotossíntese (plantas, algas, algumas bactérias) consome como alimento fundamental o CO2, guardando o carbono e devolvendo o oxigénio à atmosfera, por que raio falamos de todo o tipo de medidas menos o de travar a destruição da floresta. As emissões de CO2, mesmo num contexto de alteração do paradigma energético, não desaparecerão: toda a actividade animal as liberta e todas as combustões as liberta. Mesmo num contexto de produção hidroeléctrica para alimentar energeticamente milhões de viaturas, haveria um grande custo ambiental, não apenas sob a forma de destruição de habitats e de destruição de rios e orlas litorais inteiras. Substituindo tal energia por fotovoltaica, seriam necessários milhões de quilómetros quadrados para satisfazer uma parte do que hoje se utiliza em termos de consumo energético.
O capitalismo inventa tudo: inventa sistemas de captura de CO2, mercado de licenças de emissão, carros eléctricos que não poluem mas que são alimentados por uma indústria muito poluente e que obrigam a mais barragens, mais centrais eléctricas, mais devastação de terras, principalmente para a procura de terras raras que estão na base das baterias modernas (desde que a pedreira fique num ermo e os trabalhadores sejam de um qualquer país distante e a poluição não se veja nas metrópoles, não haverá problema). Inventa tudo menos a solução mais simples: deixar a floresta viver. Deixar que a natureza converta em madeira, em folhas, em seiva, em flores, em frutos, em tubérculos, em raízes, em fitoplâncton, o carbono que nós lançamos para a atmosfera.
Mas como venderiam as madeiras exóticas aos milionários? Como plantariam a soja? Como produziriam o óleo de palma? Como explorariam os recursos do subsolo? Certamente seria possível realizar as últimas três sem destruir a floresta, mas isso implicaria reduzir lucros, ou mesmo eliminá-los da equação.
A floresta, se lhe permitirmos crescer, tem a capacidade de absorver todo o CO2 do mundo e de manter o CO2 atmosférico sempre em níveis equilibrados. O que não é possível é continuar a emitir e a destruir floresta ao mesmo tempo.
Não é a Humanidade que é predadora. É o capitalismo.



abrildenovomagazine.wordpress.com

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