Para fugir das invasões Napoleónicas, o futuro rei D. João VI, que em 1807 era ainda príncipe regente, decide levar a corte portuguesa para o Brasil. Enquanto as tropas francesas invadiam Lisboa, cerca de 15 mil pessoas deixavam o país em navios escoltados pela marinha britânica, levando livros, arquivos, objectos preciosos e obras de arte.
A frota desembarcou em Salvador em Janeiro de 1808 e em Março a corte portuguesa transferiu-se para o Rio de Janeiro.
Com a presença do príncipe regente e da corte no Brasil, a colónia desenvolveu-se cada vez mais, a abertura dos portos brasileiros causou danos ao comércio português. Exigia-se em Portugal o retorno da Corte para o reino, assim restaurando a dignidade metropolitana e o estabelecimento de uma Monarquia constitucional em Portugal; além da restauração da exclusividade de comércio com o Brasil.
Em Agosto de 1820 eclode na cidade do Porto um movimento liberal que logo se espalhou por outras cidades, consolidando-se com a adesão de Lisboa. Iniciado pelos militares descontentes com a falta de pagamento e por comerciantes insatisfeitos, conseguiu o apoio de quase todas as camadas sociais. A junta governativa de Lord Beresford que governava Portugal foi substituída por uma Junta Provisória, que convocou as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma Constituição. A 17 de Outubro, chegou ao Rio de Janeiro a primeira notícia dos acontecimentos do Porto, e produziu em todo o Brasil não pequena comoção; ainda se tornou maior, quando se soube do completo êxito da revolução portuguesa e da convocação das cortes constituintes; então, uma após outra, as grandes cidades declararam a sua adesão ao que havia acontecido em Portugal. Porém a decisão devia de facto ser dada na capital do país, no Rio de Janeiro. D. João VI não chegava com o seu gabinete a uma resolução firme; à primeira notícia, ele publicou um manifesto aos portugueses (27 de Outubro de 1820), no qual declarava ilegal a convocação feita das cortes constituintes, porém prometia a sua própria vinda para Portugal ou de um dos seus príncipes; em segundo manifesto, datado de 18 de Fevereiro, publicado a 21, condescendia com as cortes (entretanto já reunidas em Lisboa) e prometia para ali delegar o seu herdeiro da coroa, D. Pedro, com plenos poderes, a fim de que ele se entendesse com as cortes a respeito da Constituição a formular. Neste intervalo de tempo, em Portugal as cortes constituintes reuniram-se em Lisboa (26 de Janeiro de 1821), e imediatamente depois publicavam um manifesto, no qual eram enumeradas as reclamações principais da nação portuguesa; entre as mesmas, salientava-se a queixa sobre a residência continuada da corte real fora do país, no Rio de Janeiro. Foi entretanto decidido pelo monarca o regresso da família real e da corte para Portugal. Um decreto de 7 de Março de 1821 anunciou essa resolução ao povo, ao mesmo tempo que declarava que, até se completar e executar a nova organização constitucional do Estado, o herdeiro da coroa, príncipe D. Pedro, ficaria como representante do rei no Brasil.
Iniciaram-se os preparativos para a partida do rei, e na tarde de 24 de Abril de 1821 dirigiu-se ele para bordo do navio de guerra que tinha o seu nome; duas fragatas e nove grandes embarcações receberam o seu séquito oficial e voluntário, alguns milhares de pessoas; na madrugada de 26 de Abril, levantou âncora a frota real, rumando ao alto-mar. O monarca estava muito abalado. A atender às descrições históricas, a chegada da corte de D. João VI a Lisboa no dia 3 de Julho de 1821, não teve o movimento nem a carga dramática da sua partida 13 anos antes.
Fontes: www.consciencia.org
wikipedia (imagens)
Desembarque de D. João VI em Lisboa
O embarque da Família Real de volta a Portugal em Abril de 1821
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