Para a religião hindu, o Rio Ganges, que cruza a Índia, é sagrado. Um mergulho em suas águas, segundo tal crença, pode limpar a pessoa de todos os seus pecados, e até mesmo curar doenças – para os hindus a vida não é completa sem um mergulho.
O nível de poluição do rio, no entanto, é tão elevado, que em verdade suas águas provocam doenças e podem encerrar vidas. A fim de alterar o processo de poluição do rio e tentar salvar seu ecossistema e a própria vida do Ganges, uma alta corte indiana passou a considerar o rio um “ser vivo”, com direitos equiparáveis ao de pessoas.
Além do Ganges, foi incluído como “ser vivo” também o rio Yamuna, em um procedente aberto pela Nova Zelândia, que realizou o mesmo processo com seu rio Whanganui. O processo correu no Tribunal Superior de Uttarakhand, estado ao norte da Índia, a pedido de um morador da cidade sagrada de Haridwar, para quem o Ganges “é como uma mãe que está sendo descuidada”.
A poluição no Ganges se dá tanto pelo despejo irregular de esgotos, inclusive de hospitais, quanto pelos rituais de cremação praticados em suas águas. O rio é considerado um dos cinco mais poluídos do mundo, com níveis de coliformes fecais mais de mil vezes acima do limite oficial.
Que precisemos de leis para cuidar da natureza – especialmente de um rio que é considerado sagrado por sua própria população – diz muito sobre o ser humano. Seja como for, preserva-lo, seus direitos e sua própria vida, é também preservar a vida de todos os outros seres vivos. Que se torne um exemplo bem sucedido, afinal, todo rio é um pouco sagrado
© fotos: divulgação
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