Depois da sua derrota em Tsushima, um mês antes, diante da armada japonesa, a marinha do czar Nicolau II foi agitada por movimentos diversos de contestação e os oficiais tiveram dificuldade em ser respeitados pelos marinheiros. Em terra, por todo o país, multiplicavam-se greves e rebeliões após o “Domingo Sangrento” de 22 de Janeiro de 1905 em São Petersburgo.
Sobre o couraçado Potemkin, que levava o nome de um favorito da czarina Catarina II, o comandante capitão Golikov, conseguia preservar a disciplina através da forma como lidava com os seus homens.
Enquanto realizava exercícios no Mar Negro, ao largo de Odessa, o couraçado era reabastecido como de costume com provisões. Ao início da manhã do dia 27 de Junho de 1905, os marinheiros aproximaram-se das carcaças que pendiam sobre a ponte esperando servir-se, quando descobrem a carne em putrefação, fétida e infestada de vermes. O médico de bordo, doutor Smirnov, sentencia que a carne seria comestível depois de lavada com vinagre.
Chega a hora do almoço. No refeitório, os cozinheiros apresentam a referida carne cozida. Os marinheiros recusam-se a comer e vaiam os cozinheiros. Alertado, o capitão tem a má ideia de mandar rufar tambores e reunir a tripulação sobre a ponte. Depois de breves palavras, pede àqueles que aceitam comer que avancem dois passos. Por hábito e resignação, somente alguns veteranos obedecem. Sentindo-se afrontado, o capitão anuncia que não teriam outra coisa para comer.
Entre a tripulação figuravam alguns militantes revolucionários do partido social democrata como o seu líder, Afatasy Matiuchenko. Eles haviam recebido do seu partido a indicação de preparar os marinheiros para uma insurreição geral da frota do Mar Negro.
Um marinheiro, de nome Vakulinchuk, teria protestado junto do capitão contra as condições de vida da tripulação. O capitão saca do seu revólver e fere mortalmente o marinheiro.
Arrastada por Matiuchenko, a tripulação amotina-se. Oito oficiais resolvem juntar-se aos amotinados, contudo, o médico e outros oficiais são mortos e atirados ao mar. O comandante não foi deixado de lado. Um oficial, Alexeiev, prende-o sob vigilância de Matiuchenko.
Os amotinados içam a bandeira vermelha da revolução e dirigem o couraçado até ao porto de Odessa. Ao entrar no porto, ao final da tarde, os marinheiros do Potemkin não sabiam que a lei marcial havia sido decretada pelo general Kokhanov como resultado das greves operárias.
Na véspera, 26 de Junho, uma manifestação havia sido reprimida pela polícia e a cavalaria cossaca. O confronto sangrento entre os manifestantes e as forças da ordem, com centenas de mortos, prosseguiu no dia seguinte. E eis que surge o Potemkin. A chegada do navio arrebata os líderes da greve que sobem a bordo e aliam-se aos chefes dos amotinados. No dia seguinte, o cadáver do marinheiro Vakulinchuk é trazido a terra. Recebe homenagem emocionada de uma imensa multidão de operários e revolucionários.
A multidão excitada sobe a escadaria de 240 degraus que liga o porto ao centro da cidade. O general Kokhanov acciona dois destacamentos de cossacos a cavalo. Do alto da escadaria, os cavaleiros massacram a multidão desarmada, fazendo centenas de vítimas, homens, mulheres e crianças.
Matiuchenko, respondendo a uma proposta de Kokhanov, assegura que os funerais dos mártires decorreriam sem sobressaltos se não ocorresse repressão. Todavia, após os funerais, soldados investem contra a multidão matando indistintamente homens e mulheres. Três marinheiros estavam entre as vítimas. A bordo do Potemkin, os marinheiros decidem bombardear o quartel-genenal instalado no teatro da cidade. Matiuchenko comanda a operação que só atinge casas habitadas por inocentes, resolve então suspender o bombardeio.
O navio solta as amarras. Barcos de guerra vindos de Sebastopol pedem que os amotinados se tranquilizem. Os oficiais mostravam-se temerosos do risco de “contágio” revolucionário.
Prudentes, os oficiais resolvem recuar, porém o couraçado Jorge o Vitorioso encontra um modo de se aproximar do Potemkin. Matiuchenko vê-se frente e frente com três navios de guerra. Resolve voltar a Odessa com o objectivo de conseguir o apoio da população, mas é impedido por um dos navios.
Matiuchenko ordena abrir fogo. Atingido, Jorge, o Vitorioso acaba por encalhar num banco de areia antes de voltar ao combate.
Após errar pelas águas do Mar Negro, o Potemkin dirige-se ao porto romeno de Constança onde os amotinados conseguem asilo político.
Dois anos mais tarde, o czar Nicolau II promete uma amnistia aos revolucionários de 1905. Os amotinados, desconfiados, preferem permanecer na Roménia. Com excepção de cinco deles que preferiram regressar à Rússia, entre eles Matiuchenko. Reconhecido na fronteira, é preso e depois enforcado. Os seus quatro companheiros foram enviados para a Sibéria.
Depois da sua derrota em Tsushima, um mês antes, diante da armada japonesa, a marinha do czar Nicolau II foi agitada por movimentos diversos de contestação e os oficiais tiveram dificuldade em ser respeitados pelos marinheiros. Em terra, por todo o país, multiplicavam-se greves e rebeliões após o “Domingo Sangrento” de 22 de Janeiro de 1905 em São Petersburgo.
Sobre o couraçado Potemkin, que levava o nome de um favorito da czarina Catarina II, o comandante capitão Golikov, conseguia preservar a disciplina através da forma como lidava com os seus homens.
Enquanto realizava exercícios no Mar Negro, ao largo de Odessa, o couraçado era reabastecido como de costume com provisões. Ao início da manhã do dia 27 de Junho de 1905, os marinheiros aproximaram-se das carcaças que pendiam sobre a ponte esperando servir-se, quando descobrem a carne em putrefação, fétida e infestada de vermes. O médico de bordo, doutor Smirnov, sentencia que a carne seria comestível depois de lavada com vinagre.
Chega a hora do almoço. No refeitório, os cozinheiros apresentam a referida carne cozida. Os marinheiros recusam-se a comer e vaiam os cozinheiros. Alertado, o capitão tem a má ideia de mandar rufar tambores e reunir a tripulação sobre a ponte. Depois de breves palavras, pede àqueles que aceitam comer que avancem dois passos. Por hábito e resignação, somente alguns veteranos obedecem. Sentindo-se afrontado, o capitão anuncia que não teriam outra coisa para comer.
Entre a tripulação figuravam alguns militantes revolucionários do partido social democrata como o seu líder, Afatasy Matiuchenko. Eles haviam recebido do seu partido a indicação de preparar os marinheiros para uma insurreição geral da frota do Mar Negro.
Um marinheiro, de nome Vakulinchuk, teria protestado junto do capitão contra as condições de vida da tripulação. O capitão saca do seu revólver e fere mortalmente o marinheiro.
Arrastada por Matiuchenko, a tripulação amotina-se. Oito oficiais resolvem juntar-se aos amotinados, contudo, o médico e outros oficiais são mortos e atirados ao mar. O comandante não foi deixado de lado. Um oficial, Alexeiev, prende-o sob vigilância de Matiuchenko.
Os amotinados içam a bandeira vermelha da revolução e dirigem o couraçado até ao porto de Odessa. Ao entrar no porto, ao final da tarde, os marinheiros do Potemkin não sabiam que a lei marcial havia sido decretada pelo general Kokhanov como resultado das greves operárias.
Na véspera, 26 de Junho, uma manifestação havia sido reprimida pela polícia e a cavalaria cossaca. O confronto sangrento entre os manifestantes e as forças da ordem, com centenas de mortos, prosseguiu no dia seguinte. E eis que surge o Potemkin. A chegada do navio arrebata os líderes da greve que sobem a bordo e aliam-se aos chefes dos amotinados. No dia seguinte, o cadáver do marinheiro Vakulinchuk é trazido a terra. Recebe homenagem emocionada de uma imensa multidão de operários e revolucionários.
A multidão excitada sobe a escadaria de 240 degraus que liga o porto ao centro da cidade. O general Kokhanov acciona dois destacamentos de cossacos a cavalo. Do alto da escadaria, os cavaleiros massacram a multidão desarmada, fazendo centenas de vítimas, homens, mulheres e crianças.
Matiuchenko, respondendo a uma proposta de Kokhanov, assegura que os funerais dos mártires decorreriam sem sobressaltos se não ocorresse repressão. Todavia, após os funerais, soldados investem contra a multidão matando indistintamente homens e mulheres. Três marinheiros estavam entre as vítimas. A bordo do Potemkin, os marinheiros decidem bombardear o quartel-genenal instalado no teatro da cidade. Matiuchenko comanda a operação que só atinge casas habitadas por inocentes, resolve então suspender o bombardeio.
O navio solta as amarras. Barcos de guerra vindos de Sebastopol pedem que os amotinados se tranquilizem. Os oficiais mostravam-se temerosos do risco de “contágio” revolucionário.
Prudentes, os oficiais resolvem recuar, porém o couraçado Jorge o Vitorioso encontra um modo de se aproximar do Potemkin. Matiuchenko vê-se frente e frente com três navios de guerra. Resolve voltar a Odessa com o objectivo de conseguir o apoio da população, mas é impedido por um dos navios.
Matiuchenko ordena abrir fogo. Atingido, Jorge, o Vitorioso acaba por encalhar num banco de areia antes de voltar ao combate.
Após errar pelas águas do Mar Negro, o Potemkin dirige-se ao porto romeno de Constança onde os amotinados conseguem asilo político.
Dois anos mais tarde, o czar Nicolau II promete uma amnistia aos revolucionários de 1905. Os amotinados, desconfiados, preferem permanecer na Roménia. Com excepção de cinco deles que preferiram regressar à Rússia, entre eles Matiuchenko. Reconhecido na fronteira, é preso e depois enforcado. Os seus quatro companheiros foram enviados para a Sibéria.
Fontes: Opera Mundi
wiipedia(imagens)
O couraçado em 1905
Matiuchenko, o líder da revolta
VÍDEO
Sem comentários:
Enviar um comentário